Após dez anos da nomeação como Capital Europeia da Cultura, a cidade berço aposta no futuro do setor.
O Plano Estratégico Municipal para a Cultura já está a ser pensado em Guimarães e prevê a sua realização em 365 dias. A primeira reunião ocorreu na semana passada, no Auditório do Teatro Jordão.
Nesta sessão, onde estiveram presentes criadores, profissionais da arte e da cultura, entre outros, foi revelado o Plano, dividido em duas fases. Na primeira, toma lugar o diagnóstico das dinâmicas culturais da cidade no presente. A segunda fase conta com os contributos de diferentes protagonistas do tecido cultural vimaranense. Parte do processo visa também a avaliação dos investimentos municipais no setor e a análise dos espaços, estratégias e equipamentos.
Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, reforçou a importância de “robustecer a componente da academia e da formação nas Artes Performativas, Teatro, Música e outras atividades”. A ação visa “criar mais competências para o desenvolvimento de talento e aumentar as ofertas culturais”, segundo declarações do autarca.
O dirigente realçou a dimensão coletiva do projeto, através da participação, co-criação e compromisso, numa lógica de inclusão. Domingos Bragança revelou a vontade de trazer para a Arte questões como a “necessidade de Paz e a Sustentabilidade Ambiental”. Nesse sentido, foi referida a candidatura da cidade a Capital Verde Europeia, cujo ponto de partida é o molde “Bio-Cultural”.
Paulo Lopes Silva, vereador da cultura da Câmara Municipal de Guimarães, explicou que, passados 10 anos desde a nomeação para Capital Europeia da Cultura, o objetivo é “lançar novos horizontes para o que podemos ser no futuro”. “Este é o ponto de partida para um trabalho de um ano, e os criadores são os pivots fundamentais deste processo”, frisou.
Além disso, relembrou o histórico do Município enquanto entidade promotora de cultura, com maior ênfase para o presente. Assim, referiu que a reabilitação do Teatro Jordão e Garagem Avenida foi um “passo natural” para criar “uma nova geração das artes”.
Quanto ao Plano Estratégico Municipal para a Cultura, Paulo Lopes Silva revelou tratar-se de um documento pensado coletivamente, de maneira a definir os objetivos para daqui a 10 anos. “Perceber as dinâmicas culturais, saber quem são os nossos públicos e os nossos criadores, contando com o papel fundamental das associações”, salientou.
Manuel Gama, investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) e coordenador do projeto de elaboração do Plano, esclareceu que o processo consiste numa “metodologia colaborativa, que permita o envolvimento da comunidade e de quem faz cultura no território”.