Após demasiado tempo sem qualquer lançamento musical, BVNDIT regressou a 25 de maio com o mini-álbum Re-Original. O projeto com apenas cinco faixas, bem como a forma como estão organizadas, é exageradamente semelhante ao anterior EP, Carnival (2020).

A música-título, “Re-Original”, tenta inovar com uma mistura de sons techno e eletrónicos que até têm o seu quê de novidade. No entanto, a primeira música de Carnival também era, simplesmente, um instrumental sem qualquer vocal a acompanhar. Se, por um lado, estes interlúdios são interessantes e podem vir a ser muito úteis em performances ao vivo, a sua função no álbum resume-se a preencher “espaço vazio com música vazia”.

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A transição feita de Re-Original para VENOM é, de facto, satisfatória, já que os elementos da segunda se encaixam harmonicamente com a produção anterior. Constituindo-se à base do synthpop, dance-pop e EDM, VENOM oferece ritmos poderosos e impactantes. Pode não ser má, porém não é a produção perfeita, contando com um refrão enjoativo conforme se vai ouvindo e com versos cantados que em nada combinam com o instrumental. Contudo, é de referir que a melhor bridge do álbum está aqui. Talvez até mesmo a melhor bridge lançada este ano. O segmento de dance break que segue a bridge também demonstra grande potencial. Apesar de não apreciar muito momentos em que se cantam sílabas aleatórias para preencher músicas, no caso da outro desta música, cria-se uma sonoridade engraçada.

JIGGY, terceira faixa do disco, ouve-se, desde logo, de forma animada. E não é de todo terrível, só peca pelo refrão vazio, a letra sem lógica e os samples desgastados. O pré-refrão, por sua vez, é das melhores partes que se faz ouvir neste tema. Depois disto, finalmente, chegamos a uma produção que não tem defeitos. AWAKEN incorpora bastantes ritmos latinos com o dance-pop de um modo exímio. Pela primeira vez no álbum, não se atiram palavras sem sentido para o meio da música. Sem sombra para dúvida, a melhor música do álbum.

Para encerrar o projeto, surge DON’T MESS WITH ME que, apesar do título irreverente e imponente, é só uma música pop reciclada com algumas nuances de balada. Relembra um pouco aqueles momentos cringe de filmes da Disney em que os protagonistas, por baixo do luar, cantam sobre o quão capazes são de tudo aquilo que desejam. No fim, surge um momento de instrumental poderoso, completamente descabido e distinto do resto da música. No entanto, é provavelmente o único momento próximo de agradável na faixa.

Depois de dois longos anos de espera, o novo lançamento de BVNDIT começou por ser infeliz, ao consistir somente em cinco músicas. Tudo piora quando estamos perante produções pobres, sem qualquer conteúdo lírico e melodias construídas à pressa. BVNDIT não é propriamente um dos grupos mais populares e Re-Original podia ter constituído um grande virar de página para o grupo. Contudo, acabou por ser, meramente, um projeto medíocre.