O declínio da saúde mental agravou-se com a pandemia.

Um relatório mundial sobre a saúde mental, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), veio alertar para um aumento do número de indivíduos afetados por perturbações mentais e a falta de investimento no tratamento destas. O documento relata ainda o agravamento deste tipo de doenças desde o início da pandemia.

Em 2020 observou-se um aumento de cerca de 25% das taxas de depressão e ansiedade, no entanto os números do investimento não tomaram o mesmo rumo. Segundo Mark Van Ommeren, membro da unidade de saúde mental da OMS, “os números são muito, muito baixos.” O relatório mostra que apenas 2% dos orçamentos nacionais e menos de 1% da ajuda total internacional à saúde são direcionados para a saúde mental.

Nem todos os países lidam com este problema da mesma forma, e nem todos têm o mesmo acesso a cuidados de saúde mental. Nos países de alto rendimento, por exemplo, mais de 70% das pessoas recebem os cuidados mentais que necessitam, enquanto que nos países com fraco rendimento, essa percentagem decresce para 12%. “Investir na saúde mental é um investimento para uma vida e um futuro melhor para todos”, afirma o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Os jovens, as mulheres e os que já sofrem de problemas de saúde acabaram por ser os mais afetados mentalmente pela pandemia. Atualmente, cerca de uma em oito pessoas vive com uma perturbação mental, agravando-se a situação nas zonas de conflito. O relatório destacou, ainda, o facto de o suicídio ser considerado crime em 20 países, apelando ao fim da estigmatização relacionada com a saúde mental.