As mudanças climáticas, a saúde mental e o desemprego também são fatores que inquietam os jovens.

Um questionário da Deloitte, que decorreu entre novembro de 2021 e janeiro de 2022, inquiriu cerca de 400 jovens portugueses que responderam ao inquérito mundial “Gen Z and Millennial Survey 2022”. O resultado foi a descrição dos inquiridos como financeiramente inseguros, stressados e apreensivos quanto à reforma. Além disso, comprometidos com a atual luta pelo clima.

A nível global, o inquérito foi feito a mais de 23 mil jovens de 46 países de diferentes continentes, incluindo a Europa, a América e a África. Nesta 11º edição, a Deloitte inclui uma análise dedicada especificamente a Portugal. Comparando com jovens inquiridos de outros países, os portugueses mostram-se mais inquietados com as suas finanças. Sendo que, cerca de 34% dos jovens da geração Z (nascidos entre 1995 a 2003) e 46% dos millennials (de 1983 a 1994) colocam o custo de vida no topo da tabela das suas cinco maiores inquietações.

Em segundo lugar a nível nacional, surge a preocupação pelas alterações climáticas com 32% em ambos os grupos etários. Por outro lado, a nível mundial, a quantidade de inquiridos que colocam as mudanças climáticas em segundo baixa para os 24% (geração Z) e para os 25% (millennials). Apesar disso, pode ler-se no estudo que mais de 70% dos jovens que responderam “concordam que o mundo está num ponto de inflexão na resposta às alterações climáticas”.

Outro dos aspetos que marca as gerações mais novas de Portugal é o stress. Muitos dos inquiridos afirmam sentir-se ansiosos ou stressados na maior parte do tempo devido ao seu futuro financeiro, saúde mental, carga laboral, família e relações pessoais e ainda finanças diárias. Aliás, a terceira das preocupações dos jovens é a saúde mental, seguindo-se o desemprego e a escassez de recursos. Os números tornam-se mais expressivos quando se percebe que 37% dos jovens da geração Z e 35% dos millennials admitem que não se sentiriam à vontade para, no local de trabalho, falar abertamente com o gestor direto sobre questões mentais.

Assim, tendo em conta todas as suas inquietações, as gerações mais novas reavaliam aquilo que é importante e urgente. De acordo com o responsável pela área de Capital Humano da Deloitte, Nuno Carvalho, “o atual contexto mundial conduziu a um clima generalizado de apreensão com o futuro, a que os millennials e a geração Z não são alheios”. “Os efeitos da pandemia e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia, têm levado as gerações mais novas a reavaliarem o que é prioritário”, reforça.