Man vs. Bee marca o regresso de Rowan Atkinson a uma série de comédia. A produção da Netflix, lançada no dia 24 de junho, traz ainda aquele que poderá ser um novo Mr. Bean, com mais falas e drásticas confusões.
Os primeiros segundos da série são linearmente revelados no trailer. Deste modo, o espectador já vai alertado para aquilo que vão ser os nove episódios da produção: um desastre total. Trevor (Rowan Atkinson) arranjou um novo emprego. O protagonista está encarregue de cuidar da casa de um luxuoso casal. O que parece ser uma simples função traduz-se num valente caos, tudo por causa de uma mera abelha. Consequentemente, em poucos dias, Trevor consegue cometer mais de uma dezena de crimes.
Apesar de ser guiado por uma ideia clara, o enredo é repleto das peripécias mais chocantes e previsíveis de sempre. Trevor tem uma missão: afastar-se daquela abelha. No entanto, as soluções que parece arranjar geram mais problemas e todas as questões parecem ser resolvidas dos modos mais bizarros e, ainda assim, com métodos muito básicos. Ouso mencionar que é aqui que se centra a beleza da produção. A série apresenta uma batalha que parece ser tão descomplicada, mas que ao mesmo tempo só gera desgraça.
O pânico de Trevor é transmitido de um modo tão palpável que o espectador só sabe sentir a ansiedade da personagem e rever-se nas suas ações. Além da fúria e do desespero que parecem guiar a série, também a amabilidade, o carinho, o pensamento rápido, a estupidez e o impensável têm espaço nos nove episódios da produção.
Rowan Atkinson veste na perfeição a personagem de Trevor. Só o tão aclamado Mr. Bean é que poderia evoluir, adaptar-se à atualidade e tornar-se no protagonista de Man vs. Bee. O leitor que não se engane: Trevor não é Mr. Bean. Porém, a forma como Rowan Atkinson interpreta Trevor, faz vislumbrar traços e tiques que encontramos em Mr. Bean. As expressões faciais, os hábitos, as respostas catastróficas aos problemas e o silêncio que encontramos na personagem principal de Man vs. Bee faz-nos relembrar da série protagonizada por Rowan Atkinson entre 1990 e 1995.
As personagens secundárias traduzem na totalidade o significado do conceito que as intitula. Rowan Atkinson preenche quase que na totalidade os cerca de 100 minutos da série e as outras personagens servem como um mero adereço para guiar os acontecimentos.
Os ambientes que abraçam o desenrolar da narrativa são pitorescos e sofisticados. Muitas vezes, Trevor aparece como um elemento disruptivo nos diferentes cenários. Contudo, a precisão dos ângulos e a aposta nas cores mais garridas e deleitosas criam cenas muito particulares e imaginativas.
Não podemos deixar de olhar para as faixas que preenchem os silêncios e as ações do protagonista. As músicas revestem a série de uma animosidade característica dos desenhos animados. Neste caso, a banda sonora encaixa no enredo que nem uma luva.
Em conclusão, Man vs. Bee é mais do que bem recebida. A série não é mágica, mas não foge daquilo que queremos ver de Rowan Atkinson. Adicionalmente, a produção deve ser apreciada pela sua comédia, pelas peripécias, como também pela sua cinematografia e ritmos animados.
Título Original: Man vs. Bee
Realização: David Kerr
Argumento: Will Davies
Elenco: Rowan Atkinson, Claudie Blakley, Jing Lusi
Reino Unido
2022
Agosto 2, 2022
Fabuloso,faz rir o tempo todo espetacular