O quinto álbum de estúdio de Eleni Foureira, Poli-Ploki, foi lançado a 6 de junho deste ano. Este revela-se repleto de sons típicos e tradicionais do seu país – Grécia.

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O percurso artístico de Eleni Foureira começou em 2007, mas foi em 2018 que teve um maior reconhecimento fora do seu país. Após várias tentativas mal sucedidas de representar o seu país (Grécia) na Eurovisão, Eleni conseguiu finalmente um convite de uma emissora do Chipre para representar o país no festival. Em maio de 2018, em Lisboa, a cantora conseguiu o impressionante segundo lugar com 436 pontos, tendo sido a melhor posição cipriota de sempre na Eurovisão. Conhecida como a “Princesa do Pop dos Balcãs”, Foureira canta não só em grego como também em inglês e espanhol, o que fez com que ganhasse uma reputação e um público invejável em Espanha.

Apesar de se ter naturalizado como grega e ter crescido no país, Foureira na verdade nasceu na Albânia. Conta que no início da sua carreira musical teve de esconder a sua verdadeira origem por medo de discriminação, dado o constante preconceito que albaneses sofriam na Grécia. A cantora fingiu até ser brasileira de modo a não ser marginalizada na indústria.

El Telephone” é das primeiras faixas do álbum. A parceria com o cantor egípcio Ayman é uma clara mistura de sons bastante étnicos. Nesta música podem ouvir-se dois idiomas: o grego de Foureira e o árabe de Ayman. Resulta numa combinação cultural bastante vincada. A parceria traz um ritmo ao qual já estamos habituados por parte de Eleni. Já a letra é um pouco menos substancial, repetindo-se diversas vezes ao longo da música.

Por outro lado, “Aeraki (To Thikilo)” é uma faixa é já bem mais animada e com vibes de verão. Com influências latinas e instrumentos tipicamente gregos a acompanhar, a música exalta os elegantes vocais de Eleni. A música, tal como a coreografia da mesma, conseguem captar na sua perfeição a essência da cultura balcânica. Opinião partilhada por muitos fãs que se Eleni fizessem um EP ou até mesmo um álbum todo neste estilo, seria brilhante. É, sem dúvida, uma das melhores músicas da carreira de Foureira.

Além disso, “Mporei” é também um dos grandes hits do álbum. É uma parceria com Mad Clip, um dos mais reconhecidos cantores gregos. A música sai completamente fora da caixa do que Eleni costuma produzir. A letra fala de lealdade e amor.  Neste som, encontramos um género mais trap, onde a voz grave de Mad Clip contrasta com a voz suave de Eleni.

A última música do projeto intitula-se “Fotiá”. Esta é também uma parceria com uma das mais famosas cantoras gregas, Evangelia. As batidas quase tribais ajustam-se às potentes vozes de ambas, a música faz jus ao título. Fala de sentir as paixões internas na vida e no amor. Devido ao seu enorme sucesso, a música ganhou até uma versão em espanhol – “Perder Control”.

Apesar das músicas boas, toda a ideia do álbum parece um pouco perdida, sendo algumas das músicas parcerias e singles lançados anteriormente. Estes parecem ter sido reunidos num projeto pouco coerente. Ainda assim, as músicas compensam. Todas têm um elemento comum, a sua identidade cultural e o sentimento de Eleni mostrar ao mundo a sua cultura, e pode-se dizer que o conseguiu com sucesso.