Terminou esta segunda-feira, dia 8 de agosto, a 1ª fase do concurso nacional de acesso.

Após dois anos consecutivos em que foram atingidos novos recordes, em 2022 candidataram-se 61.473 estudantes ao ensino superior. Há cerca de 53 mil vagas à disposição para o próximo ano letivo. No entanto, nem as universidades nem os politécnicos querem que sejam abertas vagas extraordinárias.

As vagas estão repartidas entre mais de 1100 cursos, 37 dos quais são novos. Apesar de ser o número mais elevado de sempre, não é suficiente para acolher o atual número de candidatos.

O cenário é semelhante aos dois últimos anos, onde o Governo foi obrigado a criar vagas adicionais para responder ao aumento da procura. Este ano, o número também subiu à boleia do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da abertura de novas formações superiores.

O despacho orientador para a fixação de vagas do ano 2022 prevê a possibilidade de um maior reforço. No inicio do concurso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) anunciou que a tutela iria “aguardar pela fase final” para tomar decisões sobre esta matéria. Ainda nenhuma decisão foi anunciada.

No entanto, as instituições de ensino superior já avançaram que não querem abrir novos lugares para os candidatos. Ao Público, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Sousa Pereira, justifica dizendo que: “mais alunos significam mais salas de aulas, mais docentes, mais técnicos e, sem dinheiro, não temos condições de fazê-lo”.

“Muitas instituições dizem-nos que estão no limite”, continua a presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Maria José Fernandes. Para além disso, afirma que, apesar da procura “estar acima do que era habitual”, registou-se “uma descida” face aos últimos anos. Assim, para a dirigente, as vagas existentes são suficientes.