O mais recente álbum do grupo de K-Pop BLACKPINK já está entre nós. Born Pink apresenta uma clara mistura de elementos musicais tradicionais da Coreia do Sul, e americanos como hip-hop e rap.

News18
Lançado a 16 de setembro, o projeto contou com uma divulgação fortíssima. Começaram com o lançamento do primeiro single “Pink Venom” em agosto. Seguido do álbum em setembro e de imediato em outubro a tour mundial do grupo. Ryan Tedder, que já trabalhou com nomes como Adele, Lady Gaga e Anitta, confirmou a sua participação na escrita de músicas juntamente com Jennie e Rosé. O álbum conta apenas com oito faixas, mas isso não foi um impedimento para os críticos de música deixarem boas avaliações do projeto.
“BLACKPINK, BLACKPINK, BLACKPINK, BLACKPINK” , assim começa a primeira faixa do álbum. Metade em inglês, metade em coreano, tal como sempre a girlsband nos habituou. Nesta Jennie refere que o título da música surge a partir da ideia de contraste. “Pink” (rosa) e “Venom” (veneno) são imagens contrastantes, “é o veneno rosa, um veneno apaixonante” – refere a integrante da banda.
“Pink Venom” envolve os ouvintes com a sua inicial batida forte de hip-hop. Um plano maléfico de atrair alguém para a sua perigosa, porém cativante, “teia”, é o que as BLACKPINK pretendem. Após o refrão encontrámos o habitual rap anglófono de Lisa. Apesar da música ser bastante soante e catchy não soa a algo inédito. “Pink Venom” soa muito similar a anteriores músicas lançadas pela banda como “DDU-DU DDU-DU” ou “Kill This Love”.
O videoclipe alcançou o impressionante feito de 90 milhões de visualizações em apenas 24 horas. É a maior estreia de um videoclipe do ano e a terceira de sempre. Neste as integrantes estão em diversos cenários, maioritariamente escuros, e até com um toque vintage. Segundo a YG Entertainment (a gravadora) este foi o videoclipe mais caro de sempre produzido pela empresa. Todos os cenários do videoclipe adotaram o “futurismo” como elemento principal.
O segundo single apelida-se “Shut Down”. Um violino ao som da clássica “La Campanella” de Paganini dá início à música. Um ambiente misterioso e sombrio é provocado. Tal como fizeram em “Pretty Savage”, esta é a forma do grupo responder aos comentários negativos que receberam durante o seu hiatus.
Mas, como muitos internautas dizem: “Não importa quanto tempo as BLACKPINK ficam sem fazer música, quando voltam, serão sempre assunto na boca de toda a gente”. Enquanto o violino acompanha a música, as raparigas cantam sobre como quando elas aparecem conseguem tudo. No meio de uma indústria de K-Pop dominada por homens, as BLACKPINK conseguiram singrar de uma forma que ninguém antes havia conseguido.
O videoclipe do single é cheio de referências. É uma aventura para qualquer blink (fã da banda) tentar descobrir todas as referências. Desde “BOOMBAYAH” a “WHISTLE”, diversos videoclipes foram referenciados. Não só projetos anteriores da banda, como também de outras bandas de K-Pop como das 2En1 e da boysband BIGBANG. A coreografia é exibida num cenário que se assemelha a uma rua tipicamente coreana.
“Typa Girl” é uma das faixas mais distintas do álbum. A faixa começa suavemente com um arranjo de um cativante órgão, que rapidamente se altera para uma batida de hip-hop. Aqui encontramos umas vozes bem mais suaves das integrantes da banda. Mais ousadas do que o habitual, mas, em simultâneo, delicadas. Condizendo com a batida, cantam sobre como são autónomas e independentes e não precisam de agradar ninguém senão elas mesmas. Um verdadeiro hino do feminismo.
Com números e recordes impressionantes, não há nenhum tipo de dúvidas acerca do sucesso das BLACKPINK. São um verdadeiro fenómeno. É impressionante ver como, quando o tema é música, não há barreiras. As BLACKPINK conseguiram pôr um mundo inteiro a cantar em coreano. Isto, reflete-se em Born Pink, onde encontramos mais elementos tradicionais coreanos que nos projetos anteriores.
Born Pink é um must listen para quem gosta de K-Pop. O sucesso dos singles “Pink Venom” e “Shut Down” falam por si. É, porém, um álbum feito para ser um hit. Isto é, parece que em todos os trabalhos da girlsband o objetivo é sempre entregarem ao público um sucesso comercial, descurando por vezes no quesito ‘qualidade’. As músicas são habitualmente agradáveis, mas, por vezes, acabam por se tornar um pouco repetitivas e monótonas. No entanto, sabemos sempre o que esperar delas. Seria, porventura, interessante ver o grupo arriscar por caminhos diferentes e a experimentar novos estilos.