Mais de metade dos alunos foram colocados na sua primeira opção e sobraram menos vagas.

Foram admitidos 49.806 novos alunos no ensino superior, que corresponde a 81% dos candidatos. É o terceiro ano consecutivo com números que rondam máximos históricos no concurso nacional de acesso ao ensino superior.

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António de Sousa Pereira, reconhece que “o panorama geral é positivo”. Comparativamente ao ano passado, apesar da diminuição do número de candidaturas, houve um aumento do número de colocados nas universidades (mais 300 alunos). Desta forma, “a taxa de sucesso das candidaturas é superior”, declara o presidente.

O também reitor da Universidade do Porto (UP) salienta ainda a “redução de vagas não ocupadas” e o “aumento de colocados no interior do país”. Assim, “o receio que havia de que os cursos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pudessem deslocar estudantes para o litoral acabou por não se verificar”, afirma. Para a segunda fase restam 5.284 lugares.

Para além disso, os resultados do concurso apresentam outro indicador de sucesso. Os próprios alunos destacam-se num aumento de três pontos percentuais no total de colocados na primeira opção da candidatura. Mais de metade dos candidatos conseguiu entrar no seu curso predileto. A presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Maria José Fernandes, considera que “os estudantes fizeram escolhas mais inteligentes”.

Nos resultados do concurso é também visível uma descida global das médias de ingresso, sobretudo nos cursos procurados pelos melhores alunos. Reflexo disso é o aumento do número de vagas nos cursos mais sondados e a descida dos resultados dos exames nacionais. As médias só registaram um aumento nas áreas de economia e gestão.

Curso de formação de médicos volta a ter média mais elevada.

Desde 2016 que os cursos de Medicina perderam a liderança na lista de cursos onde é mais difícil ingressar. Depois de anos atrás de Engenharia Aeroespacial, o curso que forma médicos quebra tendência e retoma a posição no topo. Para António de Sousa Pereira, isto deve-se à pandemia que “colocou o foco na importância da ação dos médicos”.

Este ano ocupam as primeiras dez posições de cursos com média mais elevada o de Medicina, no Instituto de Ciência Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS), com nota 189.0, Engenharia Aeroespacial, da Universidade de Lisboa (UL), com 188.5, Engenharia Física Tecnológica, da UL, com 187.8 e Engenharia e Gestão Industrial, da UP, com 187.3. De novo o curso de Medicina, na UP, com média de 187.2, Matemática Aplicada e Computação, na UL, com 187.0 e Bioengenharia, na UP, 186.5. A novidade da Universidade do Minho (UM), o curso de Engenharia Aeroespacial está também no top com média 186.2 bem como Medicina com 185.8. Por fim, está Arquitetura, na UP, com 185.5.