O formato, bastante conhecido entre os jovens, tem vindo a ganhar uma presença crescente nos meios de comunicação.
Esta sexta-feira, dia 30 de setembro, comemora-se o Dia Internacional do Podcast. Esta data apareceu nos Estados Unidos da América no ano de 2013 para promover o recente meio. Este formato veio para ficar e quem nos provou isso foi Simão Crespo, apresentador do podcast Tenho Média Pa’Isto.
Em conversa com o ComUM, Simão Crespo desenvolveu o conceito de podcast, visto ser conhecedor do formato. O projeto Tenho Média Pa’isto tem como objetivo apoiar os alunos do secundário a decidir que área profissional querem seguir. A partir de entrevistas a alunos de diferentes cursos, sobretudo licenciaturas, os intervenientes desenvolvem a área. De acordo com Simão, os convidados apresentam o curso, tendo em conta a sua realidade e contexto na universidade que frequentaram, “sendo, então, limitado à experiência do convidado”.
A questão que se coloca é: o que tem o podcast que outros formatos não têm? Para os criadores do podcast Tenho Média Pa’isto não houve discussão acerca do meio a utilizar para comunicar a sua mensagem. “O formato podcast, e principalmente no formato que nós fazemos com vídeo, é muito mais chamativo e chega muito mais às pessoas do que outros formatos, como o blog”, refere Simão. “O conteúdo é mais facilmente digerível e acessível”, descreve.
Na opinião do jovem, outros meios de comunicação e formatos de partilha de informação, como a escrita, tem o aspeto de ser menos intuitivos do que formatos vídeo ou áudio. Quanto à televisão, “é uma questão de liberdade de formato”. Em princípio, no podcast, “não há grandes censuras. A televisão acaba sempre por ter outros critérios, nem que seja de tempo”. Simão Crespo sente que o podcast lhe dá uma maior liberdade criativa mesmo tendo de manter o foco no tema.
Já em comparação à rádio, a questão visual é a mais impactante. Apesar disso, também existem podcasts sem vídeo com bastante sucesso. Então, o que distingue o podcast da rádio é, na ótica de Simão, o facto de podermos ouvir o podcast na nossa própria casa, na nossa zona de conforto. “É essa sensação de trazer o podcast para minha casa, para o meu espaço íntimo” que o torna completamente diferente da rádio que é mais comum ouvir, por exemplo, no carro.
Por outro lado, o apresentador aponta para “uma limitação à experiência” enquanto desvantagem no seu podcast. Isto acontece porque a pessoa convidada “tem a sua visão acerca do curso” e “vai estar sempre limitado àquela universidade”. Apesar disso, afirma que os próprios fundadores do podcast abraçam este ponto negativo em prol de outros aspetos. Em geral, outros meios de comunicação como a rádio e a televisão chegam muito mais facilmente às pessoas.
O mercado nesta área parece cada vez mais saturado de acordo com a quantidade de conteúdos existentes. Apesar disso, o nosso convidado diz que ainda há espaço para novos projetos. “Eu sou muito da opinião de que só precisas de ter mil pessoas a ouvir. Uma pessoa não ouve um podcast, ouve 10, 20 ou 30”, comenta. Na perspetiva do podcaster, o mercado ainda não está saturado. Apesar da existência de muitos programas, “a procura também é imensa, portanto projetos venham eles”.
Com o surgimento de novos registos de entretenimento e informação surgem questões acerca do tempo de vida dos mesmos. Simão Crespo acredita que o formato nunca se vai perder, no entanto, sente que a imagem e o vídeo são cada vez mais exigidos. Ou seja, o podcast como formato pode evoluir e desenvolver-se, mas não vai morrer, pensa o anfitrião.
Em relação ao futuro do “Tenho Média Pa’Isto”, este tem o objetivo de criar um arquivo com o máximo de licenciaturas possíveis, uma base de dados. Simão afirma que “há qualquer coisa de atemporal” no seu podcast. Até agora abordaram 49 cursos, cerca de 46 licenciaturas.