Este ano, o dia é celebrado com o tema “Segurança medicamentosa: Medicação sem danos”.
Assinala-se este sábado, dia 17 de setembro, o Dia Mundial da Segurança do Doente. A data, instaurada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, foi criada com o objetivo de aumentar a compreensão da importância da segurança dos doentes, bem como contribuir para prevenir e reduzir malefícios nos cuidados de saúde.
O tema “Segurança medicamentosa: Medicação sem danos” foi o escolhido pela OMS para comemorar a data no ano de 2022. Numa mensagem deixada pela Diretora Regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, três milhões de óbitos anuais acontecem devido a erros terapêuticos associados à medicação. Sendo que, no ano de 2021, foi feito um inquérito onde se verificou que um em cada três inquiridos recorreu à automedicação para se precaver contra a Covid-19. Desta forma, pretende-se chamar a atenção para a necessidade de melhorar os sistemas, de modo a sustentar uma medicação mais segura.
Em entrevista ao ComUM, Ana Dias, auxiliar num lar, explica como é que a sua profissão contribui para a segurança dos doentes. Segundo a profissional de saúde, o principal está na companhia que fazem. O “estar lá, ajudar a fazer tudo, nunca o deixar sozinho”, para que não haja riscos que possam causar “danos para a saúde”. “Manter e transmitir a calma” é também a chave de todos os auxiliares para o bem-estar dos seus doentes.
A garantia da segurança do doente advém também de um “trabalho em equipa multidisciplinar”. Para a auxiliar, “têm de estar todos a remar para o mesmo lado”, desde profissionais de saúde até à limpeza e cozinha. “São trabalhos que se complementam”, declara.
Para Ana Dias, o grande problema na forma como os cuidados ao doente são postos em prática advém do “facilitismo” de alguns profissionais. “É importante evitar”, devendo-se “conhecer bem os doentes, saber as preferências e os seus hábitos”. Bem como “acompanhar novos funcionários”, para que estes possam começar a contribuir para a segurança do utente.
A pandemia teve também um grande impacto na segurança e no bem-estar dos residentes do lar. “Foi um ano e meio onde os doentes não saíram da instituição e nem receberam visitas”, informa a profissional. O que “afetou muito a sua convivência”, prejudicando e desgastando os utentes a nível psicológico.
No que diz respeito ao tema escolhido para este ano, Ana Dias garante que a medicação é muito importante na segurança do doente. É crucial “conhecer os utentes e saber cada caixa da medicação” que lhes pertence. Ao fazer a distribuição da medicação é também necessária a verificação da toma dos remédios. De acordo com a profissional, este é um passo imprescindível pois a falta da sua toma pode colocar em perigo a vida dos utentes.
A questão do tabu existente à volta da profissão de auxiliar de saúde foi também abordado durante a conversa. Ana Dias admite que “é muito triste a profissão só ser reconhecida por uma tarefa que desempenha, que é a muda de fraldas”. Sendo que, os profissionais de saúde “são mais que isso”. “São o apoio do doente e muitas vezes a sua família”, afirma. A auxiliar acrescenta que “gostava que fossem vistos de outra maneira e com mais valor”, apelando ao verdadeiro reconhecimento da profissão.