O GuiaComUM segue em direção à costa e aterra em Viana do Castelo.

Senhora da costa minhota, lar dos marinheiros e pescadores e berço do folclore, do seu típico traje e do seu ouro abundante, Viana do Castelo é a próxima paragem do roteiro. Como cantou Amália Rodrigues outrora, “havemos de ir a Viana”. Desta vez, o guia é o ComUM, que o leva numa visita entre o mar, a montanha e o urbano.

Templo de Santa Luzia

A contemplar a cidade está o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, no cimo do monte de Santa Luzia, quilómetros verdejantes que rodeiam a urbanização ativa que vive sob a sua grandeza. Lá ao longe, os olhares dos visitantes cruzam-se com o templo, que se faz notar como o rosto de Viana.

As obras do santuário começaram em 1904, mas foram necessários cerca de 50 anos, entre eles uma Implantação da República e uma Guerra Mundial, para a sua finalização. A elevação do monumento deve-se a uma simbiose arquitetónica que junta as mãos de vários artistas nacionais. A obra vai beber inspiração quer ao estilo românico, patente nas suas cúpulas e decoração da fachada, quer ao estilo gótico, encontrado nas suas rosáceas.

Francisco Alves | ComUM

Navio Hospital Gil Eanes

O percurso continua por água. A vastidão de branco ancorada na antiga doca comercial da cidade é o Navio Hospital Gil Eanes, construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. O nome do navio surge de uma homenagem feita ao primeiro navegador a contornar o Cabo Bojador. Em 1955 iniciou atividade hospitalar, servindo como assistência à pesca do bacalhau nos bancos da Terra Nova e da Gronelândia. Após a frota bacalhoeira ser desativada, o navio foi abandonado nas docas de Lisboa, e apenas em 1998 foi resgatado e restaurado enquanto património cultural vianense. Nos dias de hoje a sua dimensão museológica é uma das maiores atrações da cidade costeira.

Francisco Alves | ComUM

Museu do Traje

No coração histórico da cidade, a Praça da República, situa-se um “edifício austero” que remonta ao Estado Novo e onde funcionou até 1996 a delegação de Viana do Banco de Portugal. Um ano depois surge o que atualmente se designa de Museu do Traje. Segundo a Câmara Municipal, a missão do museu é “estudar e divulgar a identidade e o património etnográfico vianense através do seu expoente máximo, o traje à vianesa”.

O conjunto de características que tornam o traje tão carismático e singular aspiraram-no a um ícone regional e nacional. A exuberância de cor e o minucioso detalhe dão vida à cidade que viu nascer as raparigas rurais que criaram esta “indumentária popular” em meados do século XIX. Este é o museu que carrega o maior símbolo da identidade vianense: o avental, com grande rigor nos padrões e desenhos florais e geométricos; a algibeira, talhada em flanela e no molde de um coração; as meias brancas rendadas; as chinelas artesanais; a saia listada; o colete de fazenda de lã; as camisas brancas com ornamentada com bordados monocromáticos; os lenços, nos seus variados padrões e pigmentações; e a filigrana vianense.

Câmara Municipal de Viana do Castelo | Site

Centro histórico

Após atravessar ruas e ruelas, é na praça histórica onde se situa o Museu do Traje que paramos. O Chafariz quinhentista centraliza a praça e está rodeado de monumentos que exaltam as suas fachadas, como os antigos Paços do Concelho ou a Casa da Misericórdia. Adiante, já fora da Praça da República, ergue-se a Sé Catedral de Viana do Castelo.

Marta Valério | ComUM

Museu de Artes Decorativas

Acolhido por uma mansão senhorial do século XVIII, o Museu de Artes Decorativas contém uma vasta coleção de fianças portuguesas dos séculos XVII a XIX, sendo várias peças pertencentes à Fábrica de Louça de Viana. O edifício guarda também, segundo o município, “um acervo de pintura, desenho e peças de arte sacra”, bem como a “coleção de mobiliário indo-português do século XVIII”. A azulejaria portuguesa e hispânico-árabe ornamenta as paredes do solar urbano e é mais um dos motivos de visita.

Câmara Municipal de Viana do Castelo | Site