A ação surge em consequência do flagelo das famílias para reunirem as condições essenciais para viver.

No passado sábado, dia 24 de setembro, dezenas de pessoas marcaram presença num protesto contra o aumento do custo de vida, em Braga. A iniciativa “Movimento dos Mesmos de Sempre a Pagar” teve como objetivo apresentar os principais constrangimentos da especulação imobiliária e dos aumentos dos preços da energia, dos combustíveis e dos diversos bens essenciais.

Neste sentido, os manifestantes colocaram tendas na zona da Arcada apontando para a necessidade do aumento dos salários, das reformas e das pensões. Além disso, exigiram a redução do IVA do gás e da eletricidade para a taxa mínima de 6% como bens essenciais de consumo. A ação dos protestantes visou proteger as famílias que vivem expostas ao aumento das rendas e dos juros dos créditos bancários contraídos.

Fotografia: O Minho

Em declarações à Radio Universitária do Minho (RUM), o porta-voz da iniciativa, Domingos Veloso, advertiu que Braga está a passar por uma situação intolerável para os jovens que desejam encontrar um local para desenvolverem a sua vida académica. “Na cidade de Braga, o aluguer de um T3 já atinge valores entre os 400 e os 500 euros”, alertou o responsável. Acrescentou que “as políticas deste governo não estão a solucionar o problema”.

Fotografia: O Minho

Deste modo, Domingos Veloso apresenta um olhar pessimista sobre o aumento do custo de vida apontando que “com estas opções quem vai sofrer mais são aqueles que trabalham e que vão ter que pagar os empréstimos das casas a preços mais elevados”. Assim, os protestantes exigem que “os combustíveis, a alimentação, os transportes, os medicamentos, o acesso à habitação e os bens essenciais” tenham preços “justos e suportáveis para a maioria”.

Em declarações ao jornal O Minho, o representante do movimento explicou que a manifestação mostra a “indignação perante a passividade do Governo relativamente à especulação e aumento do custo de vida”. Quem passava na rua não ficava indiferente, garante Domingos Veloso, expressando “a sua solidariedade com a acção e concordância com as exigências apresentadas”.

O aumento da inflação e dos custos de vida agravados pela guerra na Ucrânia parecem contribuir cada vez mais para as dificuldades financeiras das famílias portuguesas. “A guerra tem as costas largas, as sanções caem-nos em cima e o governo não faz nada para parar a especulação desenfreada”, avaliou o responsável. “Mesmo antes da guerra na Ucrânia os preços já estavam a subir. Há quem lucre com a desgraça alheia”, considera.