Desde o início do ano já se reformaram mais de 1600 professores e educadores de infância.

O ano letivo 2022/23 vai começar com um novo número máximo de educadores de infância e professores a reformarem-se. Nas escolas públicas, as aulas iniciam com menos 257 profissionais do que os que estavam no ativo até ao mês passado. Esta informação provém da lista mensal de aposentados e reformados da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Para além do mês de setembro, também os restantes meses de 2022 marcaram uma saída de 1666 professores e educadores de infância do sistema. Desde que António Costa tomou posse para o seu primeiro mandato, estes primeiros nove meses do ano são um recorde de aposentados do Ministério da Educação (ME). Constata-se, em média, que por mês se reformam 185 profissionais. A continuar desta forma, este ano pode superar os 2220 professores aposentados.

Numa entrevista dada ao Público, um membro do secretariado nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Vítor Godinho, “os professores estão a sair sem adiar nem sequer um dia”, pelo que se as condições fossem outras “até se podiam manter mais algum tempo”. Para o sindicalista, estas saídas devem-se às precárias condições de trabalho, como “o número de alunos por turma e o número de horas de trabalho”. As condições referidas juntamente com a “baixa remuneração” afastam também os mais jovens desta profissão, acrescenta Vítor Godinho. “Os jovens não se sentem valorizados”, esclarece.

O elevado número de aposentações “vai também aumentar o número de alunos sem a totalidade das suas aulas”. Um problema “cada vez mais preocupante” e com tendência a piorar a cada ano que passa.