O aumento estipulado para o próximo ano é de 6,7%.

Segundo o ministro da Administração Interna (MAI), José Luís Carneiro, o Orçamento de Estado para 2023 prevê um aumento de 2 milhões de euros no financiamento dos bombeiros voluntários. Em questões percentuais este número traduz-se em mais 6,7% do que neste ano, o que de acordo com o MAI “eleva o investimento global para 31, 7 milhões de euros”.

Em entrevista à RUM, o presidente da Corporação de Bombeiros Voluntários de Braga (BVB), Capitão António Ferreira, constata que a medida proposta é positiva, uma vez que passam dificuldades crescentes ao longo do ano. No entanto, depois de refletir sobre os valores repara que “se dividirem 2 milhões de euros por 12 meses ficamos com cerca de 1.6 milhões para dividir por 475 corporações”. O cálculo reflete-se em “cerca de 300 a 350 euros por mês”. Assim, conclui que “não resolve nada, porque os aumentos para o próximo ano são enormes”.

O responsável dos BVB comprova que a sua corporação é das que vive com um dos orçamentos mais reduzidos, cerca de 100 mil euros por mês. Contudo, as despesas são elevadas, como o gasto de 14 mil euros mensais em combustíveis. Porém, o Capitão frisa que “as contas estão sempre certas”.

De acordo com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), está prevista a entrega de dois autotanques, para o distrito de Braga – um para o concelho de Terras do Bouro e outro para o de Vieira do Minho. No entanto, o responsável assegura que a informação que chega às corporações sugere que as viaturas só devem chegar em meados de 2025.

O presidente acrescenta que ainda “continuam à procura de condições para adquirir um autotanque, uma viatura ligeira rápida de combate ao fogo e uma autoescada”. Contudo afirma que “para já o foco é o novo quartel”.

As novas instalações podem ser uma realidade no verão de 2023. Todavia, nas palavras do Capitão existem algumas dificuldades na compra dos materiais que faltam. Quando a transferência de quartel for efetiva a corporação pretende contratar cerca de 40 bombeiros voluntários.

No seguimento dos dados adiantados pelo MAI, as Equipas de Intervenção Permanente (EIP) das corporações vão ver um aumento no rendimento mensal de 52,12 euros. A nível global, corresponde a um acréscimo de 6,9% e um encargo de 3, 6 milhões de euros.