A banda norte irlandesa lançou o seu quinto álbum de estúdio chamado Keep On Smiling, no dia 2 de setembro de 2022, pela gravadora Glassnote. O trabalho pouco ousado conta com 12 faixas, sendo duas delas intro e interlude, e um conceito geral de felicidade que não convence o ouvinte.

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O início da era deu-se com o single Wonderful Life, em 16 de junho do mesmo ano. A música funciona bem para dar rosto ao disco, possuindo uma fórmula já conhecida de progressão, para aqueles que acompanham a banda. Mas com um refrão cativante.

Na letra, algo como “nós todos entendemos mal, então não fiques irritado por muito tempo, se não é uma pequena vida solitária.” O cantor enfatiza que devemos aproveitar o agora com as pessoas que nos importamos, pois a vida é maravilhosa, porém curta.

O primeiro single teve direito a um videoclipe bem colorido, psicadélico e simples, conversando muito bem com a capa escolhida para o disco. Por outro lado, o simples foi bastante utilizado como conceito ao longo da obra.

A atmosfera sombria e espacial é criada com a intro “Menssager AD” que tenta fazer uma transição pífia com “Blue Light”. O álbum começa com sintetizadores já familiares, entretanto, a primeira faixa já não impacta ou introduz com êxito a proposta conceitual.

O segundo single escolhido para lançamento, no dia 29 de julho, foi “Lucky” com um clip bem humorado. De volta aos dias de Tourist History (2010), esta faixa traz arranjos e produção semelhantes às do primeiro álbum, o qual importantíssimo para o impacto da banda e fidelização dos fãs. O leitor que ainda não conhece o primeiro álbum dos norte-irlandeses, vale a pena conferir.

Por outro lado, “Everybody’s Cool” manda lembranças da sonoridade do quarto álbum do grupo, “False Alarm”. A melodia é abraçadora e refrão repetitivo, fica na cabeça, mas não é algo que incomoda, é interessante. A faixa foi lançada como terceiro single e último lançamento antes do álbum. O videoclipe está, ainda, cheio de referências vintage, contudo bem simples.

A faixa “Millionaire” é um dos pontos altos aqui. Desde a introdução interessante aos bons arranjos e escolhas exóticas de uso da voz. A música passa a ideia de egoísmo e luxúria (“se posso ter o que quero, eu vou saber que não é o suficiente”.).

A terminar, “Little Piggy” e “Feeling Strange” também se juntam à equipa de frutos de “False Alarm”, mas não convencem o público ou transmitem a mesma inspiração. O disco termina de forma morna e sem grandes emoções com a segundo interlúdio “Messenger HD” que vai direto à “Disappearer”.

A obra no seu todo é uma familiar impressão de Two Door Cinema Club, contudo não tem uma personalidade forte para se destacar quando comparado à sua discografia. Sente-se a ausência de um real direcionamento. Não obstante, e apesar dos tropeços nesse trabalho, a boa escolha dos singles é inegável. Além disso, a qualidade da melodia e produção é bem enraizada e sólida, como é o costume da banda. No entanto, a individualidade do disco não está em destaque.