Com uma discografia avaliada em milhões, Shéyaa Bin Abraham-Joseph, mais conhecido profissionalmente como 21 Savage, celebra 30 anos este sábado, dia 22 de outubro. Sempre acompanhado por ritmos sombrios trap, é um rapper, compositor e produtor musical britânico com um notório impacto na cultura Hip-Hop neste milénio. É uma carreira respeitada construída em volta de temas, na sua maioria, autobiográficos e cruéis como “a lot” (2018) com J. Cole, “Rockstar” (2018) com Post Malone, “Runnin” (2020) e até “Bank Account” (2017).

Billboard

Aos sete anos de idade, a família de 21 Savage mudou para Atlanta, Estados Unidos da América, onde cresceu num dos maiores centros de criação musical do país. Longe de se imaginar como artista, viveu no meio de cenários violentos e ilegais, imersos na brutalidade policial.

Testemunha de múltiplos enredos e esquemas rivais. Um dos episódios mais marcantes para o rapper aconteceu no seu aniversário de 21 anos, no qual foi atingido seis vezes num tiroteio que vitimou fatalmente um amigo próximo – daí a origem do nome de palco.

Estas narrativas contaminadas pelo terror envenenado das ruas e cruzaram-se num registo feroz e sincero de 21 Savage. Contou, desde o início, com o apoio do produtor Metro Boomin e ainda outras conexões iniciais motivaram-no a partilhar a sua voz malvada, misteriosa e intimidante no primeiro single, “Picky” (2014) e seguiram-se logo três EP’s em 2015. A sua estreia na indústria não passou despercebida com várias críticas e outros tantos elogios.

Rap 24 Horas

Surgiu um interesse internacional. Já era raro ouvir um rapper a descrever a realidade das ruas e a confessar experiências traumáticas tão próximas. Depois do lançamento do EP Savage Mode (2016), o rapper recebeu destaque na edição influente da revista XXL Freshman Class de 2016.

Ao aparecer junto de Anderson.Paak, Kodak Black e Lil Uzi Vert  a curiosidade por 21 Savage aumentou e emergiram convites de colaboração. Grandes estrelas mainstream como Future, Travis Scott, Drake, Cardi B e Offset alinharam-se para incluir um pouco destas rimas sussurrantes e sinceras.

Já 2016 foi um bom ano, mas a publicação de Issa Album (2017), o primeiro álbum de estúdio do rapper, excedeu as expectativas. Recebido com entusiasmo, este projeto começou a criar uma estabilidade e, meses mais tarde, o hit interestelar “Rockstar” (2017) junto de Post Malone atingiu o número #1 nas tabelas principais. Memorável na fúria do sucesso, quebrou inúmeros recordes e agora está certificado dez vezes em diamante – mal sabia que iria colecionar mais de 60 multiplatinas.

Billboard

Seguiram-se três tours pela América e, entre elas, um novo lançamento que chegou ao primeiro lugar na tabela US Billboard 200. I Am > I Was (2018). Este marcou o expoente de criação lírico de 21 Savage com relatos de várias capítulos pessoais. Desde mensagens destinadas aos sistemas políticos, sustentadas no amor e proteção à família. Um equilíbrio refletido até na sua decisão de deixar de ostentar joias ou carros, tal como partilhou em meados desse mesmo ano na rede social Instagram: “Keep da money, cars, fame, and jewerly, and jus give me all the happiness i’ll be good forever”.

NME

A parceria com J. Cole em “a lot” (2018) invadiu todas as estações de rádio e tops televisivos, e valeu-lhe o seu primeiro Grammy, na categoria de Best Rap Song na cerimónia de 2020. Nos finais deste ano, regressa com o último disco até ao momento, Savage Mode II, uma sequela entrelaçada nas inimizades e polémicas urbanas.

Além disso, produziu a banda sonora para o filme thriller Spiral: From the Book of Saw (2021). Existe quem despreze os versos do artista e os classifique como monótonos ou polémicos, mas é inegável o lugar prestigiado que tem na geração desta indústria. Assim, espera-se pela autenticidade e abertura de 21 Savage no altamente antecipado novo álbum e próximas colaborações.