O Alquimista, de Paulo Coelho, foi impulsionador de diversas obras modernas, e é o livro brasileiro mais traduzido no mundo. Paulo coelho conta-nos as aventuras de Santiago, um jovem pastor oriundo da Andaluzia.

O livro, publicado em 1988, descreve o percurso de Santiago, um jovem pastor que abandona a sua terra natal para seguir o chamado do misterioso vento do deserto africano. Rapidamente a sua viagem ganha o propósito de encontrar uma quimera escondida sob as pirâmides do Egito, assim como aprender a nobre arte da alquimia.

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Ao longo da sua viagem, o rapaz vai apresentando várias personagens que o vão auxiliando na sua busca. Santiago passa por várias divergências que permitem moldar as expectativas do leitor e até o seu modo de interpretar situações quotidianas.

O autor utiliza comparações, adjetivações e um discurso claro e fácil de acompanhar que promete prender o leitor numa espécie de transe até este concluir a leitura. Paulo Coelho consegue escrever uma narrativa intemporal e que pode facilmente ser lida por diversas faixas etárias.

Para além disso, criou um final aberto que permite a alteração do desenlace da história consoante as conclusões tiradas pelo leitor. Neste patamar, a obra assemelha se ao clássico O Principezinho, de Saint-Exupéry ou até Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach.

As descrições fortemente adjetivadas e bastante ricas em pormenor permitem uma fácil emersão do leitor na história e no ambiente. Aquilo que começa por ser uma aventura por lugares exóticos em busca de uma riqueza material acaba por se transformar numa viagem de descoberta de si mesmo e da riqueza e complexidade da alma humana.

Dai elevar esta obra e o próprio autor a um patamar de genialidade até pois, algo que seria uma simples obra que acompanharia a viagem de um jovem pastor se converte numa viagem pela vida do próprio leitor.  O Alquimista conta com um enredo imprevisível que surpreende o leitor constantemente. Deixando-o quase que inconscientemente a tentar prever a próxima peripécia de Santiago. Personagem esta com uma rede muito bem construída em termos de personalidade, com uma forte densidade emocional e complexa a nível moral.

Paulo coelho crítica a necessidade da sociedade atual do imediato, forçando o leitor a parar.  Assim, quase que o privando de ter acesso ao final da obra, prende o foco do público até à última página.