Pouco tempo depois dos seus concertos em Portugal, Tiago Iorc volta após dois anos e meio com o álbum DARAMÔ. Lançado no passado dia 3 de novembro, entregando a sua sensibilidade e amor numa composição ainda mais vulnerável.

Teatro Maria Matos

É com “Masculinidade” (2022), uma chapada de luva branca perante a incoerência da sociedade que o cantor nos entrega uma nova estética, mais íntima e desconstruída, observada em questões tanto visuais como musicais. Apesar do single em questão não se encontrar neste novo álbum, é nele apresentada uma melodia leve acompanhada de uma voz delicada, mostrando uma grande preocupação na sua qualidade sonora.

É já visível noutros álbuns, como Troco Likes (2015), a existência deste toque mais autêntico. No entanto, é neste disco que tal se torna o foco principal através da priorização da individualidade de cada instrumento. Desta forma, a voz de Tiago Iorc encontra-se mais bela que nunca, tocando o ouvinte de uma forma mais especial.

Inicialmente é nos apresentado “Saudade boa” que desperta imediatamente um quentinho através da sonoridade característica do cantor que não desaponta na sua qualidade, até porque o mesmo já recebeu no passado indicações nos Grammys Latinos.

Trata-se, desde logo, evidente a capacidade do álbum em ficar no ouvido de todos aqueles que o ouçam, até mesmo com a track “Laiá Laiá” que quase nenhuma letra apresenta. Somos ainda brindados com uma homenagem a Marília Mendonça com um original da cantora interpretado pelo cantor Brasileiro, “Ciumeira”.

Sendo Daramô o nome do álbum, é entendida a importância da música com esse mesmo nome. Mais direto e romântico, é sentido um conforto na sua relaxante melodia, demonstrando parte da essência do disco como um todo, comprovando a entrega do artista. Tiago Iorc finaliza em beleza com “que cansaço é não amar”, trazendo uma personalidade mais brasileira e resumindo e concluindo DARAMÔ, um álbum cheio de harmonia e intimidade.