Foi a 27 de novembro de 1942 que o mundo teria a dádiva de receber Jimi Hendrix. O americano nascido no estado de Seattle faria 80 anos. É por muitos considerado o melhor guitarrista de todos os tempos. Fez, dia 27 de novembro, 52 anos após a sua morte, de um legado imensurável.

Cifra Club

Jimi cresceu num ambiente familiar complicado, com os pais a terem problemas de alcoolismo e económicos. Só recebeu a sua primeira guitarra aos 15 anos, e desde aí nunca mais parou. Começou a tocar em bares no final da década de 50 e só foi interrompido pois foi alistado no exército como punição para ter conduzido carros roubados, em 1961.

Tocou em várias bandas durante a década de 60, mas sempre se sentiu algo limitado e desenquadrado, mesmo trabalhando com grandes nomes como Little Richard ou os Cream. Por isso, decidiu criar a sua própria banda, e assim em 66´ nasceu The Jimi Hendrix Experience.

Logo após uma das primeiras atuações, Jimi Hendrix impressionou o recheado estrelato do rock dos anos 60. Artistas como John Lennon, Paul Mccartney, Eric Clapton, Mick Jagger e Pete Townshend deslumbraram-se com a performance da banda e não tardou até a marca Hendrix se espalhar. Os dois primeiros singles “Hey Joe” e “Purple Haze” foram muito bem recebidos e anteciparam o sucesso do primeiro álbum da banda- “Are You Experienced”, que só não alcançou o nº1 das tabelas da Billboard devido ao aclamadíssimo “Sgt. Peppers Club Band”.

G1

Seguiram-se mais dois álbuns- “Axis-Bold of Love” e “Eletric Ladyland”. Estes tiveram sucesso nas vendas, mas não impediriam a banda de terminar em 1969. Por esta altura, Jimi Hendrix era o artista mais bem pago do mundo e marcou presença em alguns dos momentos mais icónicos da história da música. Um dos exemplos é a sua atuação no famoso Woodstock. Esta é vista como uma imagem de toda a mística cultural dos anos, como no seu cover do hino americano em que imita o som de bombas e foguetes, alusivo à Guerra do Vietname.

Aliado ao seu talento na guitarra, Jimi Hendrix era também um artista completo em vários sentidos. Tinha uma presença de palco incrível, onde produziu momentos icónicos como quando queimou como a sua guitarra em forma de “sacrifício” das coisas que gostamos ou quando tocava solos com os dentes. Era também um excelente cantor-compositor, o que lhe conferiu o estatuto de um dos melhores artistas de sempre, e não apenas de guitarrista.

A carreira no mainstream só durou cerca de quatro anos. Nesse período, criou uma das discografias mais influentes de sempre da música. Mudou a perspetiva do que é uma guitarra, utilizando e explorando técnicas como nunca ninguém o havia feito antes. A utilização do pedal Octavia ou do pedal wah-wah em “Voodoo Child”, criando um dos riffs mais icónicos de sempre, mudou a forma como os pedais são percecionados. Deixou claro o papel da guitarra no rock and roll e influenciou vários géneros como o heavy-metal, grunge, hip-hop e lendas da guitarra, como John Frusciante, Stevie Ray Vaughan, Prince e muitos outros artistas.

DW

É vastamente reconhecido como um dos melhores instrumentalistas de sempre, e já foi reconhecido por várias entidades na música como a revista Rolling Stone ou como a Rock and Roll Hall of Fame. No entanto, a sua verdadeira influência observa-se na música lançada após a sua morte com a sua marca e nas milhões de pessoas que inspirou- e continua a inspirar- a pegar numa guitarra e tocar.