A 29 de novembro de 1832, nasceu Louisa May Alcott, uma das mais conhecidas sufragistas da sua época. Dedicou toda a sua vida aos movimentos abolicionista e feminista e à escrita. Por entre a sua luta, lançou a tão notável obra As Mulherzinhas.

Foi criada em Nova Inglaterra, por pais transcendentalistas. Em 1834, mudaram-se para Boston, onde o seu pai se juntou a um clube transcendentalista e, por isso, a escritora acabou por crescer no meio de intelectuais.

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A sua família sofria de dificuldades financeiras o que levou a autora a começar a trabalhar cedo, de forma a ajudar. As suas irmãs fizeram o mesmo, tendo todas passado por empregos como costureiras, empregadas de limpeza, entre muitos outros. A sua irmã mais nova foi a única que teve a possibilidade de ir à escola. Após vinte e duas mudanças antes dos seus 30 anos, os Alcott conseguiram estabelecer-se numa casa de quinta.

Devido a todas estas dificuldades, a escrita tornou-se um escape. Intercalou o trabalho e a paixão, tendo sido prontamente reconhecida pelas suas obras. Lançou o seu primeiro livro Flower Fables, em 1849. Tinha como objetivo não voltar a viver na pobreza, e diz-se que terá dito “Quem me dera ser rica, eu estava bem, e hoje em dia seríamos todos uma família feliz”.

Durante toda a sua existência, Louisa dedicou-se também a vários movimentos sociais. Foi sufragista e manteve-se solteira toda a sua vida. Numa entrevista com Louise Chandler Moulton, afirmou: “Estou mais do que convencida de que sou a alma de um homem colocado por alguma aberração da natureza no corpo de uma mulher (…) porque apaixonei-me por tantas raparigas bonitas e nunca me apaixonei por nenhum homem.” Admirava a “Declaração dos Sentimentos” e foi por isso que começou a sua luta pela igualdade de género. Conseguiu tornar-se na primeira mulher a registar-se para votar em Concord, Massachusetts, numa eleição para um conselho escolar e foi também fundadora do Sindicato das Mulheres da Educação e da Indústria.

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Nos anos de 1850, uns tempos bastantes difíceis para a sua família, a sufragista encontrou consolo no Teatro de Boston. Escreveu The Rival Prima Donnas, mas acabou por o queimar, depois de várias discussões entre duas das atrizes que haviam sido escolhidas para participar.

Em 1857, após várias tentativas falhadas de arranjar um emprego, Louisa entrou em desespero e tentou suicidar-se. Um ano depois, a sua irmã mais nova faleceu, e a sufragista ficou com a guarda da sua sobrinha Lulu. Além disso, a sua irmã mais velha casou. Isto causou-lhe muito sofrimento, tendo visto estes eventos como uma quebra no seu elo de irmãs.

Durante a sua vida, e mesmo no meio de tão variados empregos, Louisa May Alcott deixou uma vasta obra. As cartas que esta enviava para casa foram publicadas num artigo anti escravatura de Boston, chamado Commonwealth. Foi isso que lhe trouxe o seu primeiro reconhecimento. Na sua carreira, a autora escreveu sobre vários heterónimos, tendo-os usado bastante para escrever para revistas. É considerada pioneira na escrita de crime na literatura americana, ficando apenas atrás de Edgar Allan Poe.

Louisa fez uma viagem à Europa e, quando regressou à América, tornou-se editora de uma revista. Foi aí que um colega de trabalho a encorajou a escrever um livro dedicado às mulheres. Assim surgiu a sua mais notável obra, Mulherzinhas, publicada em 1868, tendo sido baseada na sua infância e histórias com as suas três irmãs. Foi seguida pela segunda parte da obra, Boas Esposas. A história continua com Homenzinhos e a Saga Família March termina com Os meninos de Jo.

Aos 55 anos, Louisa morre de um AVC, apenas dois dias depois do seu pai. As suas últimas palavras foram “Não é meningite?”. O seu reconhecimento aumentou ainda mais depois do seu falecimento, sendo hoje uma das mais ilustres escritoras clássicas e feministas.