Ridley Scott nasceu a 30 de novembro de 1937 e, por isso, celebra esta quarta-feira 85 anos. Desta longa vida, mais de metade está recheada de curtas e longas-metragens premiadas, das mais diversas inspirações e géneros. Destacam-se logo os filmes Alien – O 8.º Passageiro (1979), Blade Runner – Perigo Iminente (1982), Thelma e Louise (1991) e, já no século XXI, Gladiador (2001) e Perdido em Marte (2015).
O diretor cresceu no nordeste da Inglaterra, onde viveu uma infância fortemente afetada pela II Guerra Mundial. Mas o conflito bélico não impediu Scott e a sua família de receberem a cultura que circulava na época, pois o seu tio-avó era dono (e pioneiro) de uma cadeia de cinema local. Assim, em concordância com a guerra, à medida que se realojava foi-se inspirando para os cenários dos filmes que anos mais tarde partilhou com o mundo.
Ingressou na conceituada universidade Royal College of Art, em Londres, onde fez parte da equipa que originou o departamento de cinema universitário e foi também estagiário de cenários para a British Broadcasting Corporation (BBC). No ano 1968, Scott e o irmão fundaram a Ridley Scott Associates (RSA), a primeira produtora de ambos que lançou Ridley no mercado de anúncios televisivos, onde aperfeiçoou a sua criatividade.
O trabalho de Scott é sinónimo de estilos visuais, altamente impactante, concentrado e atmosférico. A maior parte das obras tomam lugar na Idade Média que o permitem, intensa e detalhadamente, desenvolver o respetivo cenário social. Neste ambiente, é fácil sair vencedor com imagens em rápido movimento que elevam qualquer feroz batalha com espadas e/ou a cavalo (branco, uma imagem de marca do produtor).
Do mesmo modo, em termos de iluminação, que era limitada à que o sol oferecia, o diretor serve-se de paisagens sombrias, mas também de interiores iluminados a chama ou de raios de sol penetrantes, que tornam qualquer cena inspiradora. Já em obras de ficção científica, reinam as visões futuristas, acompanhadas por cenas de revelação de exteriores deslumbrantes. O efeito desejado é instituir na plateia o presságio, mantendo o espetador colado, em dúvida, ao grande ecrã.
No entanto, não foi preciso inventar muito para Ridley Scott levar para casa não um, mas dois prémios de reconhecimento de inovação e talento. Thelma e Louise (1991), um drama “terrestre” feminista, com duas mulheres corajosas e determinadas nos papéis principais, venceu um Óscar e um Globo de Ouro para Melhor Argumento Original.
Pela sua contribuição ao cinema britânico, em 1995, foi-lhe entregue um BAFTA honorífico. No ano 2003, o diretor foi mesmo condecorado cavaleiro, pela falecida ex-Rainha Isabel II, na ótica dos seus serviços à cultura inglesa, passando a ser chamado Sir Ridley Leighton Scott. Atualmente, está a trabalhar numa lista extensa de séries e filmes antecipados, como Great Expectations (baseado no famoso livro de Charles Dickens), as sequelas Blade Runner 2099 e Gladiator 2 e os contos biográficos de Napoleon e David.