A cidade berço foi a segunda paragem em território nacional da banda inglesa, este ano.

Na passada sexta-feira, 25 de novembro, os Porridge Radio apresentaram Waterslide, Diving Board, Ladder To The Sky (2022) a um Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) esgotado. Revisitando também temas de discos anteriores, os ingleses encantaram o público num concerto muito íntimo.

Numa noite fria de novembro, soube bem entrar no acolhedor Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor. O espaço, esgotado com meses de antecedência, permitiu uma proximidade entre banda e público muito diferente do que se sentiu em Paredes de Coura, quando os Porridge Radio visitaram Portugal no festival de verão.

Saídos do meio do público, Dana Margolin (voz e guitarra), Georgie Stott (teclado), Maddie Ryall (baixo) e Sam Yardley (bateria) subiram ao palco e começaram o concerto com a contagem até quatro de “Give/Take”. Após algumas músicas, a vocalista deixou aos presentes um “muito obrigada”, esclarecendo que tinham estado a praticar o português nas poucas horas que estiveram em solo lusitano. A frontwoman perguntou ainda se havia mais alguma coisa que o público quisesse ensinar à banda, mas a timidez calou a plateia.

A vergonha foi desaparecendo ao longo do espetáculo, ao som de temas como “Birthday Party”, “Jealousy” e “Splintered”, entre outros do álbum mais recente. Ouviram-se ainda o single7 Seconds” e “Lilac”, uma das saídas de Every Bad (2020), que foi considerado unanimemente como um dos melhores álbuns de 2020. Aproximando o último terço do concerto, o cansaço ia transpirando nas caras da banda e, desaparecida a timidez, um membro do público gracejou: “que soninho; sleep, sleep”. Margolin soltou um sorriso, em concordância, mas a energia continuou em alta, de rock em riste.

Terminando com o crescendo de intensidade que foi “Back To The Radio”, a vocalista disse que não podiam sair do palco para tocar o encore, porque não tinham para onde ir. Ainda assim, arranjaram solução e esconderam-se nos cantos atrás da cortina, enquanto o público aplaudia intensamente e pedia que “voltassem”. Depois de reentrarem em cena, entre risos da plateia e dos artistas, Dana Margolin disse, em tom mais sério, que o carinho do público significava muito para eles e que amavam Portugal.

Já no encore, tocaram o tema titular do álbum, apenas com Margolin na voz e guitarra e Georgie Stott nos backing vocals. A música mais calma do repertório baixou a energia da sala para um nível mais tranquilo, muito diferente do registo do resto do espetáculo. Antes do último tema, a vocalista perguntou ainda que dia era – compreensível para quem estava a começar a terceira semana de tour europeu – e Stott repetiu na perfeição a resposta do público, “sexta”.

Depois de desejar uma boa sexta-feira a todos, os Porridge Radio terminaram o concerto com a explosão catártica de “Sweet”, que toda a sala acompanhou a cantar e dançar, com saltos e braços no ar pelo meio. O público, completamente rendido ao talento da banda, reagiu com uma forte ovação no final e muitos foram ter com os artistas, fora de palco, para lhes deixar fortes elogios. Os Porridge Radio atuam de novo em Portugal na noite sábado, 26 de novembro, no Super Bock em Stock, em Lisboa.