O lançamento do álbum foi anunciado a 26 de agosto nas redes sociais do músico, acompanhado pelo lançamento de “YUKON (INTERLUDE)”, single presente no álbum. SMITHEREENS não traz a qualidade de produção do seu antecessor Nectar, mas apresenta uma lírica tocante relativo a um amor perdido.

Music Times

Dois anos após o lançamento do álbum Nectar, Joji apresenta-nos o seu terceiro álbum de estúdio SMITHEREENS, antecedido pelo lançamento dos singles “Glimpse Of Us” e “YUKON”. O álbum encontra-se dividido em dois discos, tendo um total de 24 minutos e 23 segundos de duração.

O primeiro disco do álbum arranca com “Glimpse Of Us”, considerada por muitos fãs como uma das melhores músicas que Joji já lançou. A música revela-nos uma letra tocante, descrevendo um amor-perfeito assombrado pela saudade de uma ex-companheira do cantor (“Why then, if she’s so perfect/Do I still wish that it was you?”) e é acompanhada por um belo instrumental de piano e pela voz melancólica de Joji.

A melancolia é um elemento bastante presente ao longo do primeiro disco, como nas músicas “Feeling Like The End” e “Before The Day Is Over” onde o cantor aborda o fim iminente de uma relação. “Dissolve” foi uma música que, infelizmente, não acompanhou a qualidade das suas companheiras do Disco 1, tendo como grande problema o excessivo uso de autotune na voz do cantor.

 

“Die For You” foi um dos maiores destaques do primeiro disco, graças ao seu instrumental e à sua letra. A melodia produzida transmite-nos a sensação de viagem,  como se estivéssemos a viajar nas nossas memórias. Estas são acompanhadas por uma letra na qual o sujeito aceita o fim da sua relação e segue em frente (“Burning photos/Had to learn to let go”). Não obstante, o mesmo continua a amar a pessoa que deixou ao referir que espera que esteja feliz com outro companheiro (“I heard that you’re happy without me/And I hope it’s true”).

Seria no segundo disco, onde o álbum daria uma volta no sentido contrário, com as quatro faixas “NIGHT RIDER”, “BLAHBLAHBLAH DEMO”, “YUKON (INTERLUDE)” e “1AM FREESTYLE”. As primeiras duas faixas do Disco 2 não encaixam muito bem no padrão que o álbum parecia seguir, estando, de certa forma, desintegrada. Se retirássemos “YUKON” da lista de músicas do álbum, não sentiríamos a sua diferença, dado que o interlude aqui apresentado não acrescenta nada ao conceito do álbum e ocupa espaço no projeto de pequena dimensão.

Por sua vez “1AM FREESTYLE” apresentou-se como a música de melhor produção nesta segunda parte de SMITHEREENS. Uma melodia de piano agradável é acompanhada por várias vocals misturadas do cantor, na qual o mesmo demonstra o seu receio de acabar sozinho (“And I’m tired of this madness/Tired of being stranded/I don’t wanna be alone”). Mesmo assim a faixa acaba por deixar a desejar, sendo a mais curta deste segundo disco com 1 minuto e 53 segundos.

SMITHEREENS não alcançou, infelizmente, a qualidade consistente e coerente que normalmente vemos nos projetos de Joji. Apesar de músicas excelentes como “Glimpse of Us” e “Die For You”, o álbum acaba por ser marcado pela falta de qualidade do segundo disco. A estranha estrutura do álbum acaba, também, por afetar o mesmo, sendo questionável a divisão do projeto em dois discos e a decisão de colocar um interlude num álbum tão curto.