À espera de Godot é uma peça de reflexão e critica social.
O Theatro Circo recebeu nos dias 15 e 16 de dezembro a peça de teatro francesa adaptada, À Espera de Godot. Foi pelo grupo do Teatro Nacional de S. João que a peça ganhou vida e que o público foi chamado a refletir.
O público, no teatro bracarense, foi introduzido à peça pelo surgimento de dois homens em palco. Tratam-se de dois homens sem esperança ou saída que esperam na estrada à beira de uma árvore para que uma identidade (Godot) chegue e possivelmente os salve.
É nesse tempo de espera pelo Godot que a peça dá lugar a conversas de caráter reflexivo sobre evangelhos, suicídio, um par de botas, o rumo de vida e a falta de esperança, e convida a que a audiência acompanhe a reflexão. A rir e a chorar, as duas personagens preenchem o palco acompanhadas em algumas cenas por outras duas que podem representar a hierarquia entre patronato e trabalhadores, não sendo, contudo, o foco da peça.
Os dois personagens esperam por alguém que nunca chega e a peça torna-se um ciclo repetitivo das mesmas ações e de uma mesma esperança de que Godot efetivamente apareça no dia seguinte. Podendo ser comparado a Deus, apesar do próprio Beckett nunca o ter identificado como tal, Godot pode representar a esperança, muitas vezes descabida, que se coloca num entidade salvadora que aparece e nos salva miraculosamente.
A peça acaba da mesma forma que começa. As personagens não alteram os seus comportamentos ou atitudes no desenrolar da peça, sendo estáticas assim como o cenário da peça decorado num estilo minimalista, mas original.