Entre os dias 2 e 11 de fevereiro a dança enche os palcos vimaranenses com o propósito de representar uma verdadeira “trans_formação”. A programação de GUIdance conta com 11 espetáculos distribuídos entre o Centro Cultural Vila Flor, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, o Teatro Jordão, a Casa da Memória de Guimarães, e escolas do concelho, com a premissa de discutir o que é atual.

GUIdance tem a premissa de representar a realidade trans, contribuindo para a mudança no pensamento da sociedade. O diretor artístico, Rui Torrinha, vê o evento como “um lugar de trans_missão e de trans_formação do ser”. Destaca ainda a participação da “Dançando com a Diferença” afirmando que esta “ampliará o nosso olhar sobre a natureza humana. E com muita beleza cumprirá o destaque merecido nesta edição.”

BAqUE de Gaya de Medeiros, dá o mote a este festival, no dia 2, e tenta responder à pergunta “’e se o meu corpo não viesse antes de mim, eu falaria sobre o quê?”, acompanhada por pessoas trans que trocam afetos e contam fábulas num processo de autodescoberta e descoberta do outro. O projeto segue-se no dia 3 com as peças Blasons e Doesdicon, que representam diferentes estágios da libertação do “eu”.

No sábado, destacam-se três espetáculos. Some Choreographies, que conta e demonstra a evolução da dança, Gran Bolero, onde é reinventada a dança tradicional espanhola e Silent Disco, que apresenta uma experiência auditiva guiada com auscultadores.

A noite de 8 de fevereiro é recebida com Carcaça de Marco Da Silva Ferreira, que procura refletir questões coletivas de identidade e cultura, desenhando um corpo cada vez mais solto e desligado das convenções sociais. Beautiful People, no dia seguinte, faz uma critica social ao desprezo por aqueles que sofrem deficiência. Os passos foram pensados para causar um efeito de choque e vincar mais a performance criada por Rui Horta com a companhia “Dançando com a diferença”.

Os dois espetáculos mais promissores desta edição ocorrem no dia 11 de fevereiro. O elefante no meio da sala, de produção conjunta d’A Oficina e do Centro Cultural Vila Flor, convida à reflexão do que não temos coragem de dizer ou do que parecemos incapazes de lidar. Jungle Book reimagined é considerada uma das mais inovadoras performances dançadas em Portugal e promete emergir o público numa reflexão. Akram Khan, o autor, reescreve a viagem de Mogli do clássico “O Livro da Selva”, com a premissa da importância das relações interpessoais e do respeito pela natureza.

O festival traz também, à cidade berço, a experiência de assistir a conversas pós espetáculo, masterclasses, debates e visitas de embaixadores da dança a diferentes escolas da cidade. Também fazem parte da programação uma exposição, uma oficina e a exibição do registo completo de um espetáculo.