Em meados de maio de 2022 Jaden Jeong, um dos maiores diretores criativos do mundo do K-Pop, anunciava o início do seu mais recente projeto: TripleS. O grupo feminino subdividiu-se inicialmente na subunit AAA (Acid Angels of Asia) e lançou o seu primeiro EP Acid Angels of Asia <Access> a 28 de outubro de 2022.

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O mini-álbum de estreia é repleto de cor e sons que levam o ouvinte numa viagem no tempo até ao K-Pop da segunda geração. O leque de títulos é composto por seis faixas, cada uma delas com um ritmo diferente, o que se traduz no sucesso e insucesso de algumas.

“Access” é a intro que inicia o compilado. De uma forma suave, os sons unem-se às vozes que apresentam o grupo e parte do seu conceito. No final, é possível ouvir a introdução à title-track “Generation” que vem logo de seguida. A title-track é o ponto alto do álbum pelo seu som “novo” e fora do comum a que os fãs de K-Pop se têm habituado nos últimos anos.A jogada de Jaden Jeong com o beat, letra e utilização dos vocais parecem não ter mudado muito desde 2017, quando este produtor coordenava a série de debuts do girl-group coreano LOONA. É por isso impossível não estabelecer um paralelo entre ambos os grupos e compará-los em diversos aspetos.

Ao contrário do que optou para LOONA, com TripleS e AAA Jeong optou por sons que remetem ao House e Hip-Hop, puxando as raízes old school do K-pop. Daí o som de “Generation” ser tão aditivo e agradável, apesar da letra não ter sentido em algumas partes. Esta faixa, entre todas que compõem o álbum, é a que merecia o tempo mais prolongado, o que, infelizmente, não aconteceu, deixando os ouvintes a desejar mais. A grande desilusão vem na terceira música: “Rolex”. Além de ter uma letra totalmente “sem pés nem cabeça”, a melodia parece demasiado genérica e muito parecida com o que costumamos ouvir vindo de girl-groups.

“Charla” parece ter outra vibe juntamente com uma letra mais bem estruturada e compreensível sobre um amor arrebatador, capaz até de mudar uma pessoa por completo. Além deste ponto positivo, é de destacar ainda a capacidade de perfeita harmonização das duas vocalistas Yooyeon e Nakyoung. Sendo a capacidade harmoniosa das vocalistas um ponto forte a jogar a favor do grupo, este ajuda também o quarto título “Dimension (AAA Ver.)” a vingar, ainda que não seja de grande destaque neste projeto tão simples e repetitivo.

“Dimension (AAA Ver.)” foi anunciada como sendo uma música a ser interpretada por cada uma das units do grupo TripleS, e daí vem a distinção feita com (AAA Ver.). A melodia nesta é semelhante ao resto do álbum, o que realça mais ainda a já anteriormente referida monótono e repetição constante. Além disso, o destaque desta música pode passar despercebido aos estranhos com a língua coreana por ser, exatamente, a letra da música. Desta vez com sentido e com leves toques de poesia.

Por fim, o leque é fechado com “+(82)”. A faixa de 47 segundos soa como teaser para um projeto futuro. O som é diferente e, ao contrário deste projeto que faz uso de instrumentos de cordas, é de notar o uso de batuques e percussão para criar uma atmosfera diferenciada.

Enfim, é possível destacar alguns – escassos – pontos positivos na nova aposta de um dos grandes nomes criativos do K-pop, mas é de realçar essencialmente o quão necessária é a versatilidade e originalidade neste campo. Não ficar por sons sistémicos e quase sempre iguais seria um bom ponto de partida para Jaden Jeong levar o talento das TripleS mais longe.