A data pretende promover a consciencialização para a segurança no mundo digital.

Comemora-se hoje, dia 28 de janeiro, o Dia Internacional da Privacidade de Dados. Declarada no Conselho da Europa em 2006, a data assinala a assinatura da Convenção 108, que ocorreu em 1981 – celebrando-a como o primeiro instrumento jurídico internacional sobre proteção de dados pessoais.

Há inúmeras recomendações, no que toca a utilizar a Internet. Não é novidade o que ouvimos sobre o conteúdo dos “mares” por onde navegamos, a segurança das palavra-passes das contas que criamos ou as informações nossas que publicamos nas redes sociais. Desde sempre que o mundo digital levantou estas preocupações e julgamos, na maioria das vezes, que seguimos todas as regras para uma utilização mais segura. Mas será que sim?

Margarida Carvalho, aluna do primeiro ano da licenciatura em Ciências da Comunicação, sente que “não tem todos os cuidados possíveis” uma vez que “muitas vezes acaba por aceitar termos ou condições em diferentes aplicações sem verificar de que modo os seus dados são usados”. Já Francisco Macedo, a frequentar o primeiro ano do curso de Direito, sente o mesmo, embora tenha mais cuidado no que toca aos “cookies” e a aceder a sites cuja ligação não seja garantidamente segura.

Ainda à luz deste tema, o ComUM falou com Ivo Canelas, especialista em cibersegurança. “Acredito vivamente que a adoção de boas práticas na vida dos mais novos vai criar um país mais seguro. As empresas privadas também vão privilegiar dos benefícios desta nova mentalidade. Um cidadão ciberseguro é um funcionário ciberseguro”, afirma. O manager de cibersegurança da Domino´s Pizza Portugal, destaca ainda o papel do Estado, através do Centro Nacional de Cibersegurança, Centro de Internet e SeguraNet, que sensibilizam todas as faixas etárias acerca dos perigos da Internet.

Porém, não existe nenhuma empresa 100% cibersegura, devendo estas estar preparadas para poder sofrer um ciberataque a qualquer altura. Devem socorrer-se de técnicas como “análise de risco, redução de superfície de ataque através de equipamentos dedicados, monitorização de ativos e formação” para reduzir o impacto deste tipo de incidentes. “Não me canso de dizer que a formação dos colaboradores desempenha um papel crucial nas políticas de cibersegurança das empresas. A cibersegurança deve ser tratada como um recurso primário da empresa, tal como a água e a eletricidade”.

Ivo Canelas explica ainda que as empresas “não têm poder de decisão” no que toca à transparência de informar os utilizadores das políticas de privacidade de dados, tendo de cumprir o Regulamento Europeu desta matéria. Caso não o façam, é “dever do cidadão/cliente denunciá-las à entidade competente” , a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD). Concluindo, reforça a importância de o cidadão crescer assimilando as boas práticas online, bastando “depararmo-nos com a taxa de sucesso da cibercriminalidade nas faixas etárias mais avançadas”.

Numa era em que as preocupações relacionadas com os dados são crescentes para os utilizadores, serve esta data para continuar a promover o valor da privacidade e das práticas de segurança na internet. A nossa proteção no mundo digital depende não só da transparência de quem o controla, mas também de nós