Presidente do Conselho Nacional de Juventude considera que resultados permitem “afastar a perceção de que os jovens estão desligados e não participam na vida política”.
Os resultados divulgados na segunda-feira, dia 30 de janeiro, no estudo “Participação política juvenil em Portugal: Resultados de um inquérito online e de grupos de discussão com jovens” revelam que cerca de 90% dos jovens já votaram “em algum momento da sua vida”. O inquérito online realizou-se entre 23 de fevereiro e 31 de maio do ano passado e envolveu 931 jovens. O estudo foi conduzido por investigadores da Universidade Católica do Porto para o Conselho Nacional de Juventude (CNJ).
“Este valor vem-nos demonstrar que, nesta questão concreta do voto (…), eles [os jovens] continuam a ir votar e a ter essa participação”, afirmou, à agência Lusa, Rui Oliveira, presidente do CNJ. O mesmo atribuiu a falta de militância ao facto de os jovens “não gostarem da parte burocrática e demorada” deste tipo de entidades. No entanto, os indicadores mostram como está a mudar a participação dos jovens na vida política, principalmente pela forma como as redes sociais são usadas como “o meio de comunicação mais utilizado”.
Por outro lado, segundo as investigadoras da Universidade Católica, Raquel Matos e Mónica Soares, há “uma evidente falta de formação dos jovens sobre o funcionamento dos partidos e dos sindicatos”. À Lusa, indicaram ainda que “quanto maior a perceção de que a eleição terá impacto na sua vida e na sua comunidade, maior a probabilidade de a ida [dos jovens] às urnas se efetivar”.
De acordo com os dados disponibilizados, 46% dos jovens que já votaram dizem alinhar-se à esquerda, 33,6% ao centro e 20,4% à direita. “Os jovens que se posicionam politicamente à direita são os que mais referem pertencer a partidos e participar em campanhas. Neste grupo, 29% dos jovens pertencem a partidos, enquanto no grupo que se alinha à esquerda, essa percentagem desce para 15,5%”.
Face às conclusões, Rui Oliveira destacou que o CNJ vai reunir com as suas organizações-membro – Juventude Socialista (JS), Juventude Social-Democrata (JSD), Juventude Comunista Portuguesa (JCP), Comissão da Juventude da UGT, Interjovem/CGTP-IN, para analisar os dados.