A cultura portuguesa e a literatura são homenageadas pelo grupo a partir dos recitais de poesia e dos acordes dos instrumentos.
A Tuna de Letras da Universidade do Minho, a Literatuna, faz parte do leque de grupos culturais da academia minhota. Ligada à Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH), a tuna mista, fundada em 2012, pretende contar histórias através das suas músicas aliando a cultura portuguesa com o “erudito e inovador”. Em entrevista ao ComUM, a magistra Helena Faria relatou a experiência de pertencer a este grupo.
Nove fundadores criaram aquilo que hoje se conhece como Literatuna, por perceberem que na ELACH o talento está espalhado pelos vários cursos, mas, segundo a atual magistra, “principalmente por ser uma escola que tem cursos como Teatro e Música”. Desde o ano da fundação, os integrantes da tuna minhota sentem o peso da responsabilidade de fazer o grupo crescer e, mais do que isso, levá-lo a bom porto.
Para Helena Faria, continuar o trabalho desempenhado há uma década é “um peso bastante grande”, por se tratar de uma das tunas mais pequenas da UMinho, mas não esconde o prazer de acompanhar o crescimento e desenvolvimento do grupo. A alumni alegra-se de poder integrar as apresentações, que já percorreram muitos pontos do país, e do espírito familiar construído ao longo do tempo. “Temos muito espírito de convívio depois dos ensaios, quando saímos para beber em convívio e relaxar”, declara.
A tuna conta histórias através das suas canções. “Vivências”, a música original do grupo, destaca-se para a magistra no reportório. A música retrata a realidade que muitos estudantes vivem quando ingressam no ensino superior. “Fala sobre estudar numa cidade nova, que é a realidade de muitos estudantes, como eu, que não sou de Braga, e fala também de outros aspetos da vida académica como a vida boémia”, descreve Helena Faria.
Numa academia marcada pela presença de tunas exclusivamente femininas ou masculinas, a Literatuna distingue-se pelo facto de conjugar vozes femininas e masculinas. Para a magistra, a grande vantagem de serem uma tuna mista é a liberdade e diversidade vocal. “Temos mais liberdade para criar algumas músicas porque temos uma maior diversidade de pessoas, temos a possibilidade usar notas femininas com o contralto ou masculinas com o tenor nas nossas músicas”, afirma.
O grupo cultural da Universidade do Minho já se apresentou em cidades como Lisboa, Porto, Bragança e Vila Real. A magistra afirma que a “viagem mais memorável foi a ida à Madeira”, local onde a tuna conheceu as regiões insulares, colecionou memórias e garantiu aprendizagens. A visita sugeriu uma grande vontade de conhecer para além de Portugal Continental. “Gostávamos muito de ir aos Açores”, diz a alumni.
O principal projeto da Literatuna é o anual Arraial Beb’UM organizado em conjunto com o grupo de Percussão Universitária do Minho (iPUM). “Normalmente tentamos trazer outro grupo cultural convidado, apresentamo-nos e depois há comes e bebes”, explica a integrante da Literatuna. Além disso, o grupo prepara-se para a primeira edição do seu festival.
A tuna está aberta a receber novos integrantes. “Somos bastantes abertos a toda a comunidade académica”, refere Helena Faria. Qualquer estudante de qualquer escola, antigo aluno (alumni) ou funcionário pode juntar-se a este grupo. Os ensaios decorrem às terças e quintas-feiras no auditório principal da ELACH a partir das 20h30.