O acordo considera jovens até aos 29 anos e tenciona ampliar o número de empresas envolvidas, tornando a iniciativa num movimento nacional.
São 50 as empresas portuguesas que assinaram esta sexta-feira, dia 20 de janeiro, o Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens, entre eles a RTP. O projeto pretende instituir uma mudança no atual contexto de acesso ao mercado de trabalho, por parte dos jovens.
A iniciativa, que conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República, é promovida pela Fundação José Neves e pelo Governo. As empresas envolvidas comprometem-se a reforçar a aposta em diversos indicadores até 2026. O conjunto de medidas passa por contratar e reter jovens trabalhadores – até aos 29 anos –, garantir emprego de qualidade, formar, desenvolver e dar voz aos jovens.
Em comunicado, o presidente executivo da Fundação José Neves, Carlos Oliveira, sublinha que o pacto “une as empresas e entidades públicas para responder a uma realidade com que o país se debate há demasiados anos: a vulnerabilidade do emprego dos jovens”. Reconhece que se trata de um problema que afeta “até os mais qualificados, que tendem a estar mais expostos ao desemprego e a ter salários baixos, e com uma fraca evolução em termos reais na última década”. Salienta que o papel das empresas é “fundamental para uma alteração estrutural” e “mudar o estado das coisas”.
O presidente da RTP, Nicolau Santos, afirma, em comunicado, que a iniciativa vem “cumprir a missão de serviço público e o interesse em renovar os quadros da empresa com um perfil diferente de trabalhadores”. Sublinha, ainda, a importância dos jovens na resposta aos desafios tecnológicos que a produção de conteúdos de media exige.
As entidades signatárias do Pacto reconhecem a urgência em reunir esforços no sentido de promover estrategicamente o emprego dos jovens, bem como condições mais atrativas. A Secretaria de Estado do Trabalho pretende reforçar as políticas ativas de emprego, como o apoio à criação de emprego aliado à transição para o mercado de trabalho. Além disso, visa a implementação de políticas de formação, qualificação e emprego, para continuar a trajetória que aproxime Portugal da média europeia.
A ideia surgiu na sequência do lançamento do Livro Branco, em dezembro de 2022, uma iniciativa da Fundação José Neves, do Observatório do Emprego Jovem e da Organização Internacional do Trabalho para Portugal. O documento faz um diagnóstico sobre o emprego dos jovens em Portugal e a sua vulnerabilidade. Atua face à taxa de desemprego e ao seu aumento nos últimos anos, incidindo nos setores de atividade intensivos em conhecimento ou tecnologia e melhorando a articulação entre o sistema de ensino e o mercado de trabalho.
Além das já referidas, existem outras entidades associadas ao projeto. São elas a Associação Business Roundtable Portugal, o Conselho Nacional de Juventude (CNJ), o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), e o Observatório do Emprego Jovem.