Stormzy lançou o seu quarto álbum de estúdio no dia 25 de novembro de 2022, This is What I Mean. O rapper inglês, que se afirmou como um dos artistas mais reputados entre os britânicos, quebrou a espera de três anos após o último número um Heavy is the Head.

BBC News

Se em situações anteriores o artista já mostrava indícios de que rapper seria um rótulo muito limitado, com este álbum confirmou o seu lugar como cantor. Nos últimos anos, o seu crescimento para o maisnstream tem sido notável. Volta a provar mais uma vez a sua evolução enquanto artista e a vontade de sair da zona de conforto. Stormzy ainda continua a ser um rapper com o seu flow e lirismo caraterísticos, mas vai muito além disso neste lançamento.

Nesta coletânea, Stormzy abre-se à vulnerabilidade e pretende chegar aos seus ouvintes de forma mais íntima, como nunca o fizera antes, com um tom mais maduro, introspetivo e com muitas melodias. Aborda temos como os seus problemas de saúde mental, ou os seus passados pensamentos suicidas em “I Got My Smile Back”. Aborda a sua relação com deus e dirige-se a ele em “Holy Spirit” e “Please”. Nestas músicas, o artista apresenta muitas harmonias de coro – não identificáveis em álbuns anteriores -, com o rapper a por um pé à frente no papel como cantor também. Em “My Presidents are Black” denota-se ainda uma mensagem política de crítica ao governo inglês, sendo que ainda deixa uma nota para a forma como os tabloides britânicos trataram Meghan Markle, indiciando racismo em “Please”.

As relações pessoais do britânico não são ignoradas neste álbum e ele abre o seu coração em “Bad Blood” sobre o término da sua relação de longa data. Uma visão melancólica, mas madura sobre como ainda sente amor numa relação cuja data de validade já expirou. A relação com o seu pai é uma referência em “Holy Spirit” e o rapper questiona-se se deve perdoar o pai após a sua ausência em grande parte da sua vida.

Apesar de ainda representar uma geração, principalmente no Reino Unido, Stormzy apresenta-se mais leve e com o espírito livre neste disco. Ouve-se um álbum de um artista que se permitiu respirar fundo e produzir a música que ele queria produzir, sem pressão exterior-ou interior. É destacável uma procura pela paz interior e pelo auto-conhecimento do artista, e daí se deduz a vertente mais introspetiva do álbum.