Foi assinado um acordo mundial com a nova Escola de Sustentabilidade de Stanford que une os cientistas portugueses com as pesquisas tecnológicas americanas.
A ministra da Ciência, Elvira Fortunato, anunciou na última terça-feira, 24 de fevereiro, que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) assinou um memorando de entendimento com a Universidade de Stanford, nos EUA, para promover o intercâmbio académico entre Portugal e Califórnia. A proposta da parceria baseia-se no desenvolvimento de tecnologias e soluções sustentáveis para Portugal e Califórnia, e a cooperação com o ambiente académico português, que vem ganhando destaque e reconhecimento globalmente.
“Neste memorando ficou estabelecido o que vamos fazer para já na parte de mobilidade, com o envio de alunos de doutoramento de Stanford para universidades portuguesas e de cá para lá”, declarou a ministra à agência Lusa. O tratado engloba investigadores e o corpo académico de ambas nacionalidades. Este ano a mobilidade pode já começar a funcionar dado se tratarem de “investigadores e alunos de doutoramento”.
A efetivação desse memorando vem sido discutida desde setembro de 2022, época em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou estar a estudar um possível quadro de cooperação académica com a nova Escola de Sustentabilidade da Universidade de Stanford. Segundo o chefe de Estado, desde sua participação em um seminário da instituição, as autoridades portuguesas estavam “a estudar a hipótese de um quadro que permitisse desenvolver um relacionamento, desde logo, entre jovens, para estudantes portugueses virem cá [Universidade de Stanford]”.
Este memorando é o primeiro acordo de nível mundial a ser assinado pela nova Faculdade de Sustentabilidade de Stanford e a ministra já comenta futuras intenções na assinatura de um entendimento com a Universidade da Califórnia, Berkeley. “É o primeiro acordo que está a ser feito entre Portugal e UC Berkeley, não existia ainda nenhum. Isso é importante”, afirma.
Durante a visita foi ainda acentuado por académicos e investigadores americanos a crescente relevância e credibilidade do ensino português. Segundo Elvira Fortunato, Portugal tem “uma grande credibilidade” na área do ensino superior, e os professores comentam sobre “a excelente qualidade” dos alunos portugueses, enfatizando como “em alguns casos é superior à dos alunos que estão nos Estados Unidos”. Graças a essa perspetiva, universidades norte-americanas disponibilizam-se mais frequentemente para receber alunos e investigadores portugueses.
A visita aos Estados Unidos durou três dias, e para além de conferências e reuniões entre cientistas e investigadores, também incluiu uma visita à empresa de biotecnologia Amyris, liderada pelo luso-americano John Melo, detentor de um laboratório na Universidade Católica do Porto e com interesse na expansão do investimento para Portugal. Elvira Fortunato participou também no seminário “Portugal Tech Talks”, planeado pelo consulado e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em São Francisco. “Foi uma semana ganhadora a vários níveis. Os objetivos foram cumpridos e a visita até superou as minhas expectativas”, declarou.