Média é superior à nacional das instituições de ensino superior públicas.
Consoante dados recolhidos através do InfoCursos, entre os anos de 2019 a 2022, a Universidade do Minho (UMinho) apresenta taxas de abandono de cerca de 11%. As informações foram reveladas esta segunda-feira, dia 31 de janeiro, durante o seminário “Prontidão de carreira e apoio ao sucesso académico no ensino superior”, um congresso organizado no espaço B-Lounge da Biblioteca Geral do Campus de Gualtar, em Braga.
Apesar de a média apresentada ser superior à média nacional das instituições de ensino superior públicas, os dados representam a taxa de abandono tanto nas licenciaturas, como nos mestrados. Segundo a professora auxiliar do Departamento de Economia da UMinho, Carla Sá, quando comparando os dados individualmente, a análise não é tão negativa.
Em relação às licenciaturas, a taxa de abandono ronda os 6% que, comparada a nível nacional, está “abaixo da média das universidades públicas”. Os mestrados, no entanto, apresentam valores “três vezes superiores”, prejudicando assim a taxa de abandono final da instituição. Carla Sá alerta, contudo, que estes resultados podem gerar várias interpretações. “O estudante pode apenas interromper a matrícula e dois anos depois pedir reingresso para concluir os estudos”, exemplifica.
No seminário esteve presente o pró-reitor para os Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica Instituição, Manuel João Costa. O pró-reitor mostrou vontade de a próxima análise do Observatório dos Percursos Académicos dos Estudantes da Universidade do Minho (ObservatoriUM) abranger ainda os cursos e alunos de Doutoramento.
Para além disso, esteve ainda presente a representante da Fundação José Neves, Margarida Rodrigues, que apresentou o projeto “Brighter Future”. A proposta baseia-se em potenciar competências e informar os jovens sobre as diversas profissões e cursos pelas quais os mesmos podem optar. Questionada sobre se as formações nas universidades vão ao encontro das necessidades dos empregadores, a representante afirmou que existem conclusões paradoxais ao analisar os dados: “Por um lado, os empregadores dizem que têm falta de pessoal, por outro existem jovens desempregados. Ora, isto demonstra um desalinhamento entre aquilo que procuram e o que as universidades estão a formar”.
Para Margarida Rodrigues, a justificação pode passar pelas decisões dos estudantes em relação ao seu futuro e em escolherem ingressar em áreas de formação com pouca procura no mercado. O problema pode ainda partir das competências que os mesmos estão a desenvolver no seu percurso académico nas diferentes instituições estarem abaixo do expectado pelos empregadores.