Chega-nos agora um disco com o sabor a Brasil mais acentuado, AS PALAVRAS, VOL 1&2. Desde o pagode ao funk, Rubel trás consigo uma caixinha dos mais variados artistas acompanhados da sua música já conhecida como brilhante. É uma alusão à música brasileira e o quão encantadora a mesma pode ser.

Letras de Músicas

A capa reflete a descontração do artista perante um álbum que é principalmente pura diversão com uma enorme qualidade. A presença do azul poderá refletir uma alusão ao Brasil pela forte personalidade do disco constituído por 20 faixas. Apesar do seu recente lançamento, este já reúne alguma fama, em especial entre os artistas.

O álbum inicia de um modo especial com apenas o instrumental de uma das faixas que surge mais à frente, onde somos levados para dentro da realidade do mesmo. Desde logo encontramos uma realidade sonora bela, fixando o seu ouvinte e acompanhando-o.

Rubel tem a excelente ideia de juntar ao seu álbum a maior variedade de artistas brasileiros e especialmente variado nos seus géneros musicais pretendendo criar um disco repleto da cultura que o rodeia, mais até na atualidade. Cria algo de único e muito inesperado com muita originalidade que requer até coragem.

“PUT@RIA!” depois de “Toda a beleza” mostra tanto o contraste do álbum e seus géneros, como do Brasil e a sua grande diferença em termos de estilos musicais. Apesar deste contraste, é a sonoridade das duas faixas seguidas contempla-se perfeitamente. Já para não falar dos artistas convidados em ambas, num lado temos Bala Desejo com o seu estilo mais de samba romântico e no outro BK, Dj Gabriel do Borel e Mc Carol que trazem novas texturas sonoras. Logo de seguida temos mais um género musical diferente com Deekapz, que vem adicionar á pluralidade musical.

Claramente Rubel quis trazer consigo os artistas brasileiros do momento, no entanto clássicos como Milton Nascimento também foram importantes para a constituição de um disco variado sólido. É uma mistura de sabores musicais deliciosa. Pode dizer-se que é arrojado querer juntar tanta variedade, contudo a execução bem feita do artista só deixa uma opção: aproveitar.

A meio do disco surge em “Vinheta As Palavras I” um ligeiro debate sobre o impacto que palavras podem ter. Uma amiga do cantor sugere o  exemplo da palavra força que ganha ainda mais força pela sua dicção. A beleza das mesmas, neste caso também pela pronúncia brasileira, tem um papel essencial na forma como comunicamos. Esta faixa é essencial também para entender o título do álbum e algo tão importante quanto a palavra, em especial na música.

Acaba então de um modo romântico com uma versão mais suave de “Toda beleza”, tornando-se “Toda Beleza (Pelos Loirinhos)”. Cria quase um suspiro final, perante a mistura de todo o álbum e aquilo que o cantor quis fazer com ele. Um disco cheio dos mais variados instrumentos onde a variedade é tanta que se torna difícil de descrever de um só modo todas as misturas musicais. É agridoce musicalmente mas um agridoce que sabe bem e forma uma pressa no ouvinte em sentir.