Azul-celeste é a cor do grupo cultural, por, na fundação, se ter associado à Escola de Ciências.
Representada por um “Coelhinho de Olhos Vermelhos e Pelo Branquinho”, a Azeituna, é uma das três tunas masculinas sediadas no Campus de Gualtar. A fundação do grupo remonta ao ano de 1992, tendo decorrido a sua estreia em maio desse mesmo ano no palco das Monumentais Festas do Enterro da Gata. Em entrevista ao ComUM, Frederico Sequeira, diretor de espetáculos da Azeituna, desvendou as raízes e contou sobre o presente do grupo cultural minhoto.
O facto de a tuna já ter muitos anos de história, desperta no estudante um grande peso de responsabilidade e revelou que “acaba por ser bastante complicado estar na direção a atual direção não trabalha sozinha e recebe auxílio constante dos tunos mais velhos. “Tiram sempre um bocado de tempo para nos ajudar e elevar a Azeituna a um patamar cada vez mais alto”.
Devido à presença contínua da Azeituna no contexto cultural da academia são diversas as conquistas que compõem o legado desta tuna. Ainda assim, são de referência as suas digressões no estrangeiro, com destaque para o Brasil, país com o qual possuem uma grande afinidade. Esta ligação “acaba por se refletir nas nossas músicas e nos nossos CDs que têm muita influência brasileira”.
O CELTA, nome oficial CELTA – Certame Lusitano de Tunas Académicas, é o festival, organizado pela Azeituna, que marca os calendários todos os anos no mês de dezembro desde 1993, apenas um ano após a criação do grupo. O festival conquistou uma boa reputação entre os eventos culturais académicos pela sua constante inovação, já que foi o primeiro festival de tunas a implementar temas. “Toda a gente que vem ao CELTA acaba por ficar na lembrança pelas condições que tem”, garante o tuno.
Apesar de o CELTA ser o evento de maior dimensão da Azeituna, o grupo não deixa de desenvolver momentos para mostrar o seu trabalho e a vida cultural da academia noutras alturas, além de dezembro. No início do primeiro semestre, a tuna revive anualmente o Arraial Azeiteiro, “uma festa ligada aos universitários, para acolher os caloiros”, sendo distribuídas gratuitamente pulseiras para alunos que frequentem a sua primeira matrícula, promovendo a sua integração e contribuindo para a adaptação dos novos estudantes ao espírito académico.
Apesar da dimensão que o Arraial Azeiteiro possui atualmente, com a colaboração de Comissões de Festas e artistas exteriores, nem sempre assim o foi. “As primeiras edições foram no bar Carpe Noctem, bastante simples, com pouca produção e organização, uma festa básica alusiva à Azeituna”. Além disso, o estudante da licenciatura de Engenharia Mecânica, afirma que havia uma maior adesão da parte dos estudantes de se mascararem, para seguir a premissa do Arraial, de ser azeiteiro. No entanto, “isso foi caindo ao longo dos anos, o nome ficou, mas a adesão de adereços acabou por cair”.
Estes eventos foram, no entanto, impossíveis de organizar presencialmente durante os anos que marcaram a pandemia do Covid-19. Durante este tempo, a Azeituna acabou por suspender os ensaios, já que para o grupo “não fazia muito sentido até porque nos nossos ensaios queremos sempre estar completamente ligados, a conviver uns com os outros”. Assim, a tuna optou por não promover ensaios online, mas usaram as plataformas online para permanecerem em convívio constante.
Num tempo em que se sentia que esta tuna estava parada, por trás das cortinas nascia um novo elemento que marcaria a história deste grupo: Azul, um álbum composto por 15 músicas que teve a sua estreia a 19 de dezembro de 2020. Na perspetiva de Frederico, “foi um sucesso”, adicionando mais um álbum à sua vasta discografia, de facto, a mais vasta entre os diversos grupos da Universidade do Minho.
Se na pandemia os ensaios foram suspensos, com o levantamento das restrições a tuna voltou a trazer o ambiente que sempre a caracterizou. Os seus ensaios possuem um foco claro na preparação dos futuros eventos. Com alegria nas suas palavras, o membro da outrora Tuna de Ciências da Universidade do Minho declara que “tentamos sempre caracterizar-nos por uma Tuna que toca com paixão, sempre com alegria”.
Esta paixão e alegria é, para além dos ensaios, transportada para os concertos. A interação com quem os assiste é constante e a sua ligação com o público é vista como algo essencial e, ao mesmo tempo, inevitável. O entrevistado não esconde o verdadeiro fator para um bom espetáculo, afirmando que “uma atuação só é boa se o público gostar, ficar interessado e procurar saber mais”.
Frederico Sequeira aconselha todos os estudantes da Universidade do Minho a terem a experiência de viver um ensaio com a Azeituna, que decorrem todas as segundas e quintas às 21h30 no Bar Académico. Além disso sugere que procurem conhecer outros grupos culturais pois “é bom promover a cultura da UMinho acima de tudo”.