A Lista A pretende “reafirmar os estudantes” no Conselho Geral da UMinho.

A lista A, encabeçada por Margarida Isaías, é candidata a representante dos estudantes no Conselho Geral (CG) da Universidade do Minho. Em conjunto com 11 outros estudantes, pretendem “chegar aos estudantes e transmitir aquilo que são as suas necessidades”. Em entrevista ao ComUM, contou aqueles que são os principais objetivos para os próximos dois anos.

ComUM: O que motivou a tua candidatura?

Margarida Isaías: É importante, estando eu na associação académica, estar também neste que é o órgão máximo da Universidade do Minho. É importante que haver estudantes capacitados que já trabalham este tema diariamente. Em específico, eu já fui eleita para representar os estudantes e esta é a minha vida diária. Portanto, acho que tenho todas as capacidades para também representar os estudantes no Conselho Geral, e foi daí que surgiu muito esta candidatura.

São 11 outros estudantes e nem todos estão na associação académica porque quisemos chegar ao maior número de estudantes possíveis e encontrar estudantes diversos, representativos de diferentes cursos e áreas que são trabalhadas no CG. 

ComUM: O que motivou o slogan “Reafirmar os estudantes”?

Margarida Isaías: Os estudantes já estão em muitos dos órgãos da universidade, mas falta auscultação, agir consoante as suas reivindicações e uma representação mais correta dos estudantes, no sentido em que muitos dos órgãos não são trabalhados da melhor forma. Muitos dos estudantes que estão em determinados órgãos nem foram eleitos mas sim nomeados por outros docentes, o que não faz sentido.

Já no CG, o número de estudantes presentes não é de todo representativo das diferentes dimensões da universidade e falta um maior peso neste órgão. A aproximação aos estudantes acaba por se perceber muito na nossa lista. Nós queremos reafirmar os estudantes e, para isso, temos também de chegar até eles e transmitir as suas necessidades, problemas e considerações.

ComUM: Há alguma desinformação relativamente ao Conselho Geral. Na tua opinião, porque é que esse desconhecimento existe e o que é que a Lista A pretende fazer para diminuir?

Margarida Isaías: A falta de ação consoante a auscultação dos estudantes pode pôr em causa o interesse, porque o estudante pode questionar o seguimento que é dado à sua auscultação. Acaba por haver um desinteresse nesse sentido e uma falta de informação porque há muita coisa que envolve uma universidade e isso não é bem promovido.

A Lista A olha muito para estas eleições de 2 em 2 anos como uma forma de mostrar quem nós somos, porque é que queremos fazer parte mas também dar a conhecer o próprio órgão, que é o nosso principal objetivo. 

ComUM: A desinformação reflete-se nos valores da abstenção. Como é que a Lista A pretende atuar sobre esta matéria?

Margarida Isaías: Mesmo antes da campanha procuramos saber as necessidades dos estudantes. Em período de campanha, informar o que é o CG, porque é que lá estamos e o que pretendemos fazer, tanto a nível online como presencial. Se formos eleitos, nestes próximos dois anos queremos trabalhar com os estudantes e demonstrar o valor que nós temos e podemos ter no CG. Acho que este é também um caminho para reduzir a abstenção e aumentar o interesse.

ComUM: A Lista A defende um ensino superior público gratuito, um melhoramento do alojamento estudantil, acompanhado de um reforço na ação social. Como pretendem colocar isto em prática?

Margarida Isaías: O abandono escolar é uma grande preocupação da Lista A e deve ser uma preocupação do CG. Temos visto os custos elevados no acesso e frequência no ensino superior, ou seja, fatores como a propina e a ação social tornam-se muito importantes. Temos também questões como o bem estar físico e mental, com a saúde física a ter um papel bastante importante. Propomos outras iniciativas, como a cultura, o desporto, através da ação social. Tudo isto passa por combater o abandono escolar. A Lista A quer ser um membro ativo e reivindicativo no próprio CG nesse sentido.

ComUM: Nas redes sociais falam também de inclusão. Que propostas apresentam nesse sentido?

Margarida Isaías: A inclusão tem diferentes dimensões. A primeira é a questão do acolhimento e integração dos novos alunos. É de extrema importância conseguirmos que os estudantes se sintam bem e mostrar que a universidade tem outra dimensão para além do curso, como atividades extra curriculares e experiências.

Também os estudantes internacionais têm imensas dificuldades e a universidade não tem uma resposta. Em termos de acolhimento e integração, são alunos que vêm mais tarde e portanto não existe essa receção. São estudantes que têm um plano curricular prévio diferente dos estudantes nacionais e que muitos dos docentes e cursos não estão preparados para os ajudar e integrar no curso da melhor forma. A questão das propinas é 4x maior do que para um estudante normal e precisam muitas vezes de conciliar o estudo com o trabalho para conseguir fazer face a estas despesas.

ComUM: Que outras matérias a Lista A quer trazer para discussão?

Margarida Isaías: A saúde mental. O conselho geral abriu candidaturas para criar algum plano para a UMinho a nível de saúde mental. É de extrema importância, primeiro, estudar e analisar o que é o estado de saúde na universidade. Perceber como se têm sentido os estudantes, bem como as principais questões relacionadas com a saúde mental também nos docentes, investigadores e funcionários, para depois desta análise ter um plano que vá ao encontro das necessidades específicas e não gerais. Queremos ter um papel ativo na universidade nesse sentido.

Também na questão do alojamento, cada vez mais se tem sentido a dificuldade dos estudantes em encontrar alojamento com boas condições e a um preço acessível. Sabemos que os processos das novas residências estão a decorrer, mas é também de extrema importância ter um plano para a reabilitação das residências atuais. Além disso, também perceber como ajudar os estudantes a ter alojamento privado a preços acessíveis.

ComUM: A nível de campanha, como está a ser e o que pretendem fazer até ao dia 20?

Margarida Isaías: Temos mais nas redes sociais lançado o que é que é, o que são as nossas propostas. Juntamos um grande grupo de estudantes que trabalham bem estes temas na universidade e que participam nas diferentes dimensões da universidade para também contribuírem para este que é o nosso manifesto. Agora queremos também estar nos campi, presencialmente, não só a ouvir os estudantes mas também a informar sobre o que é o conselho geral e o que é a nossa lista.

ComUM: O que diferencia a lista A da lista concorrente?

Margarida Isaías: A Lista A é constituída por estudantes experientes, por participarem e serem bastante envolvidos na universidade. É uma equipa diversa que é representativa dos diferentes cursos e campi, mas mais do que isso nas diferentes áreas trabalhadas no CG. Temos também ferramentas para conseguirmos agir em conformidade com aquilo que nós defendemos.