A banda transparece a sua Alma de Artista no seu recém-chegado primeiro álbum.

“Dinâmica, expressiva e energética”. Estas são as palavras que definem a música da banda de rock bracarense, The Silent Box, segundo os seis integrantes. Em conversa com o ComUM, a banda desvendou como surgiu o projeto, contou sobre o seu novo álbum Thoughts of a Mannequin e projetou o que vem a seguir.

O nome peculiar surgiu por meio de “uma brincadeira”. “Quando começamos tínhamos problemas porque não tínhamos um sítio onde fazer barulho, para ensaiar. A procura de um sítio onde pudéssemos fazer a nossa música e o nosso barulho à vontade sem criar transtornos a ninguém e com tratamento acústico fez surgir o desejo de uma caixa silenciosa”, contou o guitarrista Eduardo Semanas. “The Silent Box”, continuou o teclista, André Semanas, “é o espaço que, de fora, é silencioso, mas lá dentro é outro mundo”.

A banda nasceu através de um “projeto anterior” que, segundo o guitarrista, “mesmo não tendo resultado, não queríamos parar de fazer música”. Assim, juntamente André Saldos, João Oehen e Diogo Soares formaram, em “processo orgânico”, a banda de rock. A entrada do vocalista João Rangel aconteceu após um “processo de casting”, onde todos concordaram que o artista seria quem ia “mais de encontro do conceito do grupo”.

Contudo, após nove concertos e a criação do EP “I.N.T.R.O” no decorrer do primeiro ano de banda, sentia-se a falta de algo: “um elemento digital e diversificado”. Felizmente, o roadie e irmão de Eduardo Semanas, André Semanas, aprendeu a tocar piano na época de pandemia. A última peça do puzzle estava encontrada: um “teclas” que, para além de “talentoso”, tinha uma “amizade” com o grupo e já conhecia a sua “abordagem de composição”.

A banda lançou no passado domingo, 19 de março, o seu primeiro álbum. Inicialmente divulgado com o acrónimo “TOM”, o disco intitula-se de Thoughts Of a Mannequin. Segundo os artistas, o conceito do álbum é “mais lírico que instrumental”. “Mostramos as nossas introspeções sobre o mundo interno e o mundo á nossa volta”, afirma a banda.

O grupo afirmou que dentro do álbum, composto por 10 temas, não têm nenhuma música preferida, tendo todas o mesmo valor e significado para a banda. “O álbum é um projeto como um todo. Não gira sob um tema, gira em torno dele mesmo. A ideia é ter um conceito que gire em uma temática geral. Cada música tem o seu manequim, que despersonaliza a questão.”, explicou André Semanas. Acrescentou que “um álbum não é sobre o que pensamos, mas uma reflexão despersonalizada” dos acontecimentos da sociedade atual e pessoal.

O ouvinte pode esperar uma diferença notável entre Thoughts Of a Mannequin e o EP “I.N.T.R.O”, de 2019. Para além de não ter os mesmos elementos, já que foi depois da produção do EP que André Semanas e João Rangel integraram a banda, o principal fator foi terem cultivado uma “maior maturidade e trabalho em cima das músicas”, destacando-se o “grande investimento de tempo e dinheiro”. Na recente gravação foram empregues “muitas horas em composição e ensaio, onde antes seria indispensável.” Os artistas assumiram que em Thoughts Of a Mannequin chegaram a “gastar um ensaio de 3 horas em volta de uma música, e isso faz toda a diferença”.

Contudo o percurso dos The Silent Box teve pedras pelo caminho. “O Covid-19 e o seu “aftermath””, como referiram, foram os seus bichos-papões. Thoughts Of a Mannequin teria uma estreia adiantada, mas a pandemia “puxou-a” para 2023. O número de concertos realizados também não foi o desejado. Destaca-se a sua participação a 14 de outubro do ano passado na Receção do Caloiro, no Multiusos de Guimarães. O concerto decorreu no “âmbito de um concurso de bandas”, apesar de ainda se desconhecer o grande vencedor, os artistas realçam o interesse do público pela sua música.

É graças a esse interesse que começaram a surgir “alguns movimentos orgânicos de procura” pela banda bracarense durante este ano. “Pedem para participarmos, querem os nossos concertos”, garantem. Mesmo que o foco dos The Silent Box esteja agora “concentrado nas reações do público ao álbum”, prevê-se que estes “manequins” movimentem multidões com o seu rock n’ roll.