A situação foi confirmada pelo reitor Rui Vieira de Castro e está relacionada com o corte no fornecimento do gás, devido a problemas na contratualização do serviço.
Desde o início de março que as salas, gabinetes e laboratórios da Universidade do Minho (UMinho) estão sem condições térmicas, devido a cortes no fornecimento de gás. A questão foi discutida em sede de Conselho Geral, esta sexta-feira, dia 3, depois de se ter revelado que “um aluno se tinha queixado que na sala estavam cinco graus”.
O cenário foi confirmado pelo reitor Rui Vieira de Castro, que admitiu que “houve erros que foram cometidos”. Para além do frio nas salas de aula, a situação, disse ainda, está a prejudicar a “própria atividade de investigação” da instituição. Nomeadamente a necessidade dos investigadores terem ambientes antisséticos. Por este motivo, alguns trabalhos estão parados até que a situação seja resolvida.
À RUM, o reitor revelou que “o ano de 2022 foi muito difícil por causa da subida exponencial dos preços do gás”. O que levou a que, em outubro, “o Conselho de Gestão da Universidade autorizasse uma proposta que lhe foi feita pela Unidade de Serviços de Gestão de Campo e Infraestruturas”. Esta proposta levou à redução do “chamado período de aquecimento, iniciando mais tarde e terminando mais cedo, e as datas que ficaram então previstas foi de 15 de novembro a 1 de março”.
Para além disso, a academia minhota avançou para um procedimento de contratação pública internacional, referente à garantia do fornecimento de gás, tendo sido admitidas três propostas. No entanto, segundo o reitor, “foi contactada a entidade que tinha sido classificada em primeiro lugar, e aquilo que verificámos foi que esta não pretendia, naquele momento, assumir o que estava previsto e a que tinha concorrido”. O cenário repetiu-se com os outros dois concorrentes. Isto levou a que a UMinho viesse, ainda, a “providenciar contratos de muito mais curta duração para, de alguma forma, poder amortecer os impactos da turbulência dos preços”, acrescentou o responsável. Por outro lado, estes contratos “deixavam a instituição numa situação de maior fragilidade face à necessidade de estarem em permanente recontratação”.
Rui Vieira de Castro admite que “não foram adequadamente acautelados todos os impactos decorrentes desta medida”. “Para lá de assumir a responsabilidade pelos factos, é preciso aprender lições com as experiências”, afirmou. Garantiu ainda que vai “desencadear um procedimento de inquérito interno para perceber onde é que se falhou, onde é que a nossa máquina de administração e governo falhou neste processo”. O responsável espera que a situação seja rapidamente ultrapassada.