Os oradores abordaram o tema da inteligência artificial sem descorar a importância do papel do ser humano na comunicação.

O último dia das Jornadas da Comunicação, organizadas pelo Grupo de Alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho (GACCUM), contou com o formato de Speed Dating. Os oito oradores convidados contaram as suas experiências tanto académicas, como já no mercado de trabalho, num contexto de conversas rápidas.

O hall do CP2 do campus de Gualtar foi organizado de forma a que pequenos grupos rodeassem um orador, para lhes falar da sua experiência e de como formar um currículo mais interessante. A diversificação das áreas de especialização e da experiência académica na Universidade do Minho dos convidados permitiu um alargar de horizontes aos estudantes.

Durante 15 minutos, Andreia Barbosa deu a conhecer o seu diversificado portefólio na área de Audiovisual e de Relações Públicas e Publicidade. A videografa da Creative Lemons explicou como a aliança de duas das áreas específicas do curso pode ser uma mais-valia, quer a nível curricular, quer a nível laboral. Apesar de lidar mais com a edição de vídeo e promoção audiovisual, referiu que consegue produzir de forma mais eficaz o que o cliente pretende.

Inês Freitas, designer na ADN Agency, considerou que as bases que o curso oferece são das melhores para o exercício de uma profissão na área da Multimédia e do Audiovisual. Para a estudante de mestrado em Design, aplicar os conhecimentos adquiridos na licenciatura torna-se possível no mundo profissional.

Diogo Matos, jornalista desportivo do Record, foi um dos oito oradores que se licenciou na Academia Minhota. Falou sobre a importância de aplicar a teoria da área do Jornalismo em algo para além das aulas. Também antigo editor de desporto do ComUM, referiu que no mercado de trabalho os empregadores levam em consideração os mais pequenos detalhes dos currículos.

O consultor de comunicação na Onya Health, Gabriel Ribeiro, tirou a licenciatura na especialização de Jornalismo. Contudo, quando entrou no mundo do trabalho foi pela área da assessoria de imprensa que enveredou. Ainda abordou que a inteligência artificial é uma mais-valia para o futuro, mas que não vai substituir os humanos, no que diz respeito à comunicação.

Por sua vez, Daniela Carvalho, copywriter na Revolut, explicou de que forma as juniores empresas a fizeram crescer pessoal e profissionalmente. Esta experiência permitiu-lhe trabalhar com empresas locais, explorando a área da comunicação pela qual nutria mais interesse.

A ainda estudante de mestrado na Universidade do Minho, Cátia Barros, falou do seu já vasto currículo, numa área de jornalismo que ainda é pouco falada. Quando trabalhava no Expresso, conseguiu estagiar na vertente de Jornalismo de Dados, onde pôde dar vida a uma reportagem, passando na mesma a notícia e a mensagem que quer transmitir.

Ramiro Brito, CEO do Grupo Érre, abordou o empreendedorismo na área da comunicação, que iniciou desde cedo. Contudo, afirmou que ainda há empresas que não percebem o papel de uma agência de comunicação. Muitas pensam que a descrição de um post para uma rede social não é tão relevante assim, para que paguem salário por esse trabalho. Porém, explicou que uma estratégia bem explicada aos clientes permite o sucesso no que produzem.

Por fim, Cláudia Barros, abordou a dificuldade de trabalhar na área de comunicação estratégica e gestão de redes sociais dentro de uma empresa. Referiu que por vezes os limites não são estabelecidos e que por isso é que se tornou uma trabalhadora independente na área da comunicação. Trabalha agora com empresas tradicionais, como na área da construção, onde não fazem uma grande aposta na comunicação. Para isso, cria toda uma estratégia de comunicação e lança essas empresas no mundo das redes sociais.

O evento, que decorreu durante grande parte da manhã, permitiu aos participantes ficarem mais esclarecidos sobre o que os empregadores procuram. Ao mesmo tempo, foi informativo relativamente à inserção no mercado de trabalho, onde a inteligência artificial pode dificultar, mas não substitui funções desempenhadas pelos humanos.