O ensino científico-humanístico é a escolha da maioria dos alunos, em detrimento da via profissional.
A Fundação José Neves disponibilizou o “Guia para pais e filhos: como escolher a área de estudos no secundário?” com o objetivo de orientar a decisão relativamente à escolha do que seguir após a conclusão do ensino secundário. Com uma vasta informação no que toca às diferentes opções, a iniciativa fornece uma distinção entre o ensino científico-humanístico e o ensino profissional e apresenta a quantidade de opções disponíveis e as quatro áreas do ensino secundário. Relaciona ainda estas opções com cursos superiores e empregabilidade.
É referido pelo Guia que quase dois terços dos jovens em Portugal prefere seguir a via de ensino científico-humanístico, deixando a vertente profissional para trás. Em 2020/2021, de 308.595 jovens com matrícula no ensino secundário, eram 199.010 os que o frequentavam, equivalendo a 64% do total. Dentro das quatro áreas disponíveis, a área de Ciências e Tecnologia é a área predominante na escolha dos alunos, com mais de metade a segui-la (51.2%). Já Línguas e Humanidades é a segunda escolha com 27.7%, Ciências Socioeconómicas com 13.3% e a área menos escolhida, Artes Visuais, com 6.3%.
O Guia disponibiliza também dados relativamente a vantagens salariais e oportunidades de emprego. Assinala que os alunos que concluem os seus estudos no ensino superior apresentam, em média, salários 42% mais elevados e uma taxa de empregabilidade superior em 10% comparativamente a alunos que não prosseguem os estudos. O presidente executivo da Fundação José Neves, Carlos Oliveira, realçou que “a chegada ao secundário pode ser encarada como um momento decisivo” e apontou a importância de uma “melhor informação sobre as opções existentes para uma escolha consciente” dos jovens.
Apesar da escolha feita, o Guia apoia a mudança e considera que esta é um processo normal, recomendando a resistência à opção das escolhas aparentemente mais fáceis. Acrescenta ainda que a via profissional não deve ser desconsiderada, pois também oferece benefícios e possibilita uma rápida entrada no mercado de trabalho. Verificou-se que, em 2020, 46% dos jovens que concluíram este ensino trabalharam durante 14 meses e 6% procuraram de forma constante algum tipo de emprego.