1.300 recém-especialistas não são docentes fixos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)

A Ordem dos Médicos (OM) lançou esta segunda-feira um comunicado referente aos 1.300 médicos que terminaram recentemente a especialização e que ainda não têm uma posição fixa no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A entidade destacou ainda a falta de médicos de família.

A OM acusou o governo de “falta de estratégia, de planeamento e ambição”. Destacou que o agravar da situação se deve à “informação de que o Ministério da Saúde estima contratar apenas 200 dos 355 médicos de família (MF), uma das várias áreas em que o setor público tem graves carências de recursos humanos”.

A organização reforçou que se trata de “um atentado à saúde dos portugueses, a quem sucessivos governos têm prometido um médico de família, mas é também um desrespeito pelos médicos que dedicaram vários anos a estudar e trabalhar para se especializarem”. A renovação das equipas de saúde pública e a criação de condições atrativas a médicos recém especializados é um dos principais objetivos a ser concretizado, informa a OM.

A Medicina Geral e Familiar (MGF) é uma das prioridades da organização, que relatou que existem ainda cerca de 1,6 milhões de pessoas sem médico de família. Instigam a contratação de recéns especialistas de MGF para atenuar a situação do país, com o propósito de “termos um sistema de saúde menos “hospitalocêntrico” que corresponda às necessidades da população”.

A OM exigiu ainda “mais ambição a quem tem o dever de proteger o direito constitucional à saúde. Como representante de todos os médicos não esperem que compactue com quem parece querer abandonar o SNS”.