Uma obra que nos prende os olhos ao ecrã, Psico é dos mais célebres filmes de suspense. Da autoria de Alfred Hitchcock, permanece até hoje uma verdadeira obra-prima intemporal.
Psico conta a história da jovem Marion Crane, uma mulher apaixonada por um homem casado, que foge com 40 mil dólares roubados com o objetivo de começar uma vida nova. A caminho da Califórnia, Marion decide parar num motel e descansar durante a noite, repondo energias e esperar que a tempestade passe. É aí que conhece Norman Bates, o gerente do motel, que possui um estranho interesse em taxidermia e uma ainda mais estranha e dependente relação com a mãe.
É a combinação entre os ângulos sugestivos da câmara, os espaços da cena e a banda sonora que tornam esta longa metragem numa verdadeira beleza cineástica. Alfred Hitchcock consegue prender o público e dar uma reviravolta ao filme quando menos esperamos, característica presente em muitas das suas obras.
Durante todo o filme, Hitchcock cria situações de suspense que nos fazem pensar que algo de mal está prestes a acontecer. O realizador capta a atenção do espectador através deste tipo de cenários e manipula-o de modo a que este se conecte emocionalmente à protagonista.
A famosa cena do chuveiro revela tanto em tão pouco tempo. Conseguimos ter uma ideia de como o assassino é, sem realmente ver a cara dele. Vemos repetidos cortes da câmara acompanhados de uma arrepiante música, que nos traz um aperto ao peito. É quase impossível desviar o olhar da televisão e apenas conseguimos ficar agarrados ao sofá a reavaliar o que acabou de acontecer.
Anthony Perkins (Norman Bates) fez um papel espetacular ao deixar a audiência intimidada com as suas expressões faciais e icónico diálogo que até hoje deixa marcas na memória. Toda a cena de diálogo entre Marion e Norman deixa uma pessoa em suspense. A conhecida frase “We all go a little mad sometimes” ( que se traduz para “todos nós ficamos um pouco loucos às vezes”) fica intrínseca na nossa memória. Deixa-nos desconfortáveis devido à forma como é expressa no filme e em como se assemelha à realidade.
Foi Psico que suscitou o meu amor por filmes de terror e por cinema em geral. É verdadeiramente a mãe do horror moderno e tudo nele foi cuidadosamente pensado. Cada plano, cada ângulo, cada expressão e mesmo cada objeto estão previamente pensados para tornar esta longa metragem a preto e branco uma das melhores da história do cinema.
Título Original: Psycho
Realização: Alfred Hitchcock
Elenco: Anthony Perkins, Janet Leigh, Vera Miles, John Gavin, Martin Balsam, John McIntire
Estados Unidos da América
1960