O ranking dos Repórteres Sem Fronteiras de 2022 mostra que a liberdade e a independência da imprensa se fazem sentir em Portugal.

O dia 3 de maio é marcado pela celebração do Dia da Liberdade de Imprensa. O objetivo é sensibilizar os líderes políticos e a população para a defesa da liberdade de imprensa, elemento essencial para o desenvolvimento de uma sociedade. Por outro lado, presta-se homenagem aos profissionais que morreram enquanto desempenhavam funções.

O ComUM esteve à conversa com o jornalista António Rodrigues Carvalho, da RTP, que refere que já não se justifica celebrar este dia em pleno século XXI. “Essa liberdade existe, tanto na imprensa como na opinião das pessoas.” Acrescenta que “hoje em dia, com os telemóveis as pessoas fazem vídeos, tiram fotografias, acabam por ser os jornalistas em várias situações”.

O jornalista afirma que na área jornalística em que trabalha, o desporto, a liberdade não é violada. “Nunca houve alguém que me dissesse ou pedisse ao meu chefe para eu mudar alguma coisa no meu texto ou na minha peça. Nunca me senti oprimido ou impedido de dar a minha opinião”, conta. Contudo, reconhece que em áreas como o jornalismo político e de investigação, vertentes “mais sensíveis porque se trata de poderes partidários, de altos cargos que têm responsabilidades no nosso país”, talvez essa liberdade seja violada de alguma forma. Acredita que possa haver algum “tipo de pressão” noutras editorias, podendo haver limitação e certos assuntos condicionados.

O jornalismo independente destoa do que já é conhecido. Como o nome indica, não é financiado pelas grandes corporações e, muitas vezes, sobrevive de financiamento público dos consumidores. É maioritariamente realizado na internet, a partir de sites, portais e redes sociais. António Rodrigues Carvalho confirma que este tipo de jornalismo acaba por ser mais livre: “com a independência as coisas tornam-se mais claras. É possível investigar de outra forma, não tendo nenhum obstáculo e talvez isso aconteça em Portugal com mais liberdade do que em outros países”. A nível internacional, apresentam-se muitos casos de jornalistas que estavam a fazer investigações e que aparecem mortos sem qualquer razão. Por isso, o jornalista sente que, em Portugal, há uma maior liberdade e independência no que toca à imprensa.

O relato apresentado vai ao encontro do ranking divulgado pela organização Repórteres Sem Fronteiras de 2022 em que Portugal aparece como sendo o 7º país do mundo com maior liberdade de imprensa num ranking de 180 países.