A data reconhece o trabalho dos profissionais e procura trazer incentivos na procura de uma vacina eficaz na prevenção contra o VIH.
O Dia Mundial da Vacina Contra a Sida é celebrado anualmente no dia 18 de maio. Também conhecido como “Dia da Consciência da Vacina do HIV”, a data tem como objetivo reconhecer e homenagear o trabalho de todos os profissionais de saúde, investigadores, cientistas e voluntários ao redor do mundo dedicados a encontrar uma vacina para prevenir o vírus da sida. É também um dia de consciencialização sobre a prevenção da doença e as vantagens de um diagnóstico precoce.
De acordo com informação do Sistema Nacional de Saúde (SNS), sida é o síndrome de imunodeficiência adquirida, “um conjunto de sinais e de sintomas que aparecem pela deficiência do sistema imunitário, que vai ficando com menos capacidade de resposta ao longo da evolução da doença”. Pode ser desenvolvida posteriormente a uma infeção por VIH, mas não significa que ter VIH é o mesmo que ter sida. “As pessoas que estão infetadas com VIH são seropositivas, e podem ou não desenvolver sida”, pode ler-se.
O Programa das Nações Unidas de Combate ao VIH/ Sida (ONUSIDA) constata que 38,4 milhões de pessoas no mundo tem HIV. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), desde 1986 até 31 de dezembro de 2021 foram identificados 64.257 casos de HIV em Portugal, dos quais 23.399 atingiram o estágio de SIDA. Foram relatados 15.555 casos de óbitos.
A transmissão do vírus do VIH é feita pelo sangue e pelo contato sexual, por meio de relações sexuais desprotegidas, partilhas de agulhas e seringas, e de mãe para filho, seja pela gravidez, parto ou amamentação. Qualquer pessoa pode ser infetada pelo VIH, mas os maiores grupos de risco são os profissionais do sexo, homens que tem relações sexuais com outros homens, usuários de drogas injetáveis e pessoas transsexuais, ao que esses grupos constituem dois terços das infeções globais.
Existem dois principais fatores para a ineficácia das vacinas anteriores e grande dificuldade para a criação de uma vacina contra o VIH. Em primeiro, a quantidade de variações que o vírus possui, que pode ser designado em diversos subtipos de elevada divergência genética. Em segundo, a alta mutabilidade, com uma grande resistência ao sistema imunológico. A infeção do vírus VIH também pode permanecer oculta por longos períodos antes de desenvolver a sida, o que torna a ineficácia das vacinas ainda mais agravada.
Em janeiro deste ano, a vacina HVTN 706 / “Mosaico” foi cancelada na última fase de testes clínicos, sendo esse o estudo da única vacina contra o vírus VIH. A pesquisa estava a ser desenvolvida pela farmacêutica Janssen, pertencente à Johnson & Johnson, junto de cientistas dos serviços públicos estadunidenses, e os ensaios foram realizados em três continentes e com 3.900 voluntários. Segundo National Institute of Health (NIH), os resultados apresentavam que a vacina era segura, mas não eram eficazes na proteção contra a infeção do VIH. A decisão do cancelamento foi tomada por um conselho independente de fiscalização, que determinou o não cumprimento de requisitos na pesquisa.
Atualmente, existem projetos com novas possíveis soluções para a dificuldade de uma vacina. Em abril deste ano, a instituição Scripps Research desenvolveu uma nova vacina, que foi apresentada na Nature Communications de forma promissora, em que os ensaios clínicos vão ser financiados pelo NIH. Também em fevereiro de 2023, a 30ª Conferência sobre Retrovírus e Infeções Oportunistas (CROI) divulgou uma pipeline de medicamentos e fórmulas contra o HIV para tratamento e prevenção, estudos e pesquisas que estão a ser realizados. Priorizam compostos de ação prolongada e maior eficácia nas doses. Alguns desses projetos são Lenacapavir, bNAbs, Islatravir, Implantes Elvitegravir, Bictegravir de liberação lenta, e outros.