A Rede Portuguesa de Provedores do Estudante está a tentar chegar a uma solução quanto à problemática do assédio nas academias.

Rosa Vasconcelos, provedora do estudante da Universidade do Minho, considera que as reivindicações dos alunos têm sido cada vez mais ouvidas pelo Governo e reitoria. O tema que marca as Monumentais Festas do Enterro da Gata deste ano é “A gata paga, mas bufa”. Este é um mote que demonstra descontentamento com problemas como o aumento dos custos com o alojamento e mobilidade.

Durante a emissão especial da RUM, que decorreu na quarta-feira a partir do Cortejo Académico, Rosa Vasconcelos realçou ainda a problemática do assédio, que tem vindo a preocupar os estudantes e docentes do ensino superior. A responsável pela Rede Portuguesa de Provedores do Estudante referiu que os provedores se encontram a trabalhar, a nível nacional, por um modelo comum para tratar este problema.

A Universidade do Minho anunciou o lançamento, nas próximas semanas, de um novo canal de apoio à vítima onde poderão denunciar casos de assédio sexual, moral e de corrupção dentro da academia. De forma a garantir a sua eficácia e prevenir que “os próprios responsáveis da universidade não tenham poder para definir se uma denúncia é ou não válida”, este meio será gerido por uma entidade externa.

Em declarações à RUM, a provedora do estudante salientou que “nem todas as universidades têm uma task-force” e, nesse sentido, “compete ao provedor o encaminhamento, o saber dizer ao aluno o que é que deverá fazer”. Rosa Vasconcelos acrescentou que “o assédio pode ser configurado como um crime”, podendo o Ministério Público ter uma função e um papel determinante no combate ao problema.

A responsável destaca ainda a necessidade de ajudar os estudantes na identificação de situações de assédio sexual e moral. Na Universidade do Minho são cerca de 3.5% os alunos a procurar apoio na provedoria, números que não se afastam muito dos registados em anos anteriores.