O 8.º álbum dos The Amitty Affliction, Not Without My Ghosts, é o mais pesado da carreira, quer seja em termos de lírica, quer de instrumental. “Houve muita raiva para largar, e acho que isso se percebe pelas letras e pela música”, explicou o baixista e o segundo vocalista da banda Ahren Stringer à revista “Rocksound.tv”.

Rolling Stone Australia

O título do álbum surgiu a Joel Birch, vocalista da banda, quando viu o anúncio de uma exposição de arte com o nome “Not Without My Ghosts” à saída de uma estação de comboio em Sheffield na Inglaterra.

O duplo pedal nas baterias, os variados breakdowns espalhados pelas músicas e a maior presença de unclean vocals ajudaram a construir o novo som incluído neste projeto. Também as contribuições de artistas como Andrew Neufeild vindos de géneros como o Hardcore Punk vieram dar mais solidez à mensagem instrumental que a banda queria com este álbum.

As músicas passam por um espectro de emoções, indo desde a agressividade em relação a outros e sentimento de morte associado ao suicídio até à apresentação de uma réstia de esperança de que tudo vai passar, ao aprender a viver com “os fantasmas”.

Numa altura dos 38 minutos do projeto, Joel Birch canta, em “When It Rains It Pours”, “Eu vou-te fazer ter medo de mim/Fazer-te perceber/O meu modo, o modo horrível, tu nunca enfrentaste raiva como esta/ Estou aqui para te acabar, não significavas nada no meu mundo” e noutra parte Ahrem entoa “Não interessa como luto/Nunca estou acabado com isto/ Eu tenho que seguir/ mas nunca sem os meus fantasmas.”

As letras das músicas estão associadas à morte de SK, um amigo próximo de Ahren e também passam pela saúde mental de Joel Birch. O refrão da faixa “It’s Hell down there” é uma interpelação da mesma secção de uma música dos The Palace chamada “Heaven up There”, que SK adorava. “É sobre com quanto peso estamos a lidar com a perda dele. Tu sentes-te triste e sozinho e tu apenas esperas que haja céu em cima porque neste momento é um inferno aqui” revelou Ahren na mesma entrevista à revista Rocksound.tv.

A expetativa dos fãs da banda era a continuação do som característico e esta não desiludiu executando perfeitamente a sua natureza musical. Apesar dos temas das letras serem idênticos aos projetos antigos, o som mais agressivo a que chegaram neste álbum consegue demonstrar a emoção de uma maneira mais crua e impactante. Esta caraterística demonstra também inovação dentro do que já é conhecido. Nem sempre precisa de ser diferente para ser bom. Por último, riffs como o do início da “Fade Away” surgem como uma surpresa recompensadora que eleva a qualidade do projeto.