A iniciativa foi levada a cabo pela ECUM (Escola de Ciências da Universidade do Minho) a antecipar a Noite Europeia dos Investigadores que se realiza por toda a europa no mês de setembro
“Bioblitz” foi uma iniciativa que juntou naturalistas, cientistas e cidadãos, na passada quinta-feira, no parque desportivo da Rodovia e na ecovia do rio Este, em Braga. A atividade da autoria da ECUM permitiu identificar 163 espécies de fauna e flora como: melros, sapos, rabirruivos, poupas, toupeiras, alvéolas-brancas, nenúfares, dedaleiras, choupos, medronheiros, mentas, chapins ou líquenes.
A iniciativa foi a primeira em Braga a antecipar a Noite Europeia de Investigadores que se realiza a 29 de setembro em toda a Europa. Foram registadas 384 observações que se encontram disponíveis para consulta na aplicação online iNaturalist, com registos fotográficos da fauna e flora mencionadas. O evento promoveu também conversas sobre a conservação da biodiversidade, gestão ambiental e políticas ambientais.
Alexandra Nobre, professora do Departamento de Biologia da ECUM, destacou que a iniciativa obteve resultados bastante positivos. “Com pessoas e famílias curiosas, em especial as crianças, muito entusiasmadas e a quererem ‘carregar’ espécies na aplicação, desde aves, peixes, répteis, batráquios, insetos, líquenes e plantas. Se o sol tivesse aparecido, haveria mais insetos, como as borboletas” – relata a docente.
O Município de Braga, um dos colaboradores do evento, foi representado pelo vereador do Ambiente e Alterações Climáticas, Altino Bessa. O vereador destacou a importância de atividades do género, bem como as intervenções da autarquia em prol da melhoria da qualidade da água e repovoamento do Rio Este. “Havia grandes agentes poluidores e temos vindo a ‘degolar’ essas descargas”, afirmou, reforçando que na área onde o “Bioblitz” decorreu “vivem mais de 100 mil pessoas e há indústrias, empresas e restaurantes”.
O Município bracarense procura no momento “cadastrar a rede de águas pluviais na envolvente do rio para identificar ligações irregulares”, além do desenvolvimento de um projeto de renaturalização do Este. A primeira atividade do projeto foi o repovoamento de duas mil trutas. O vereador sublinha “precisamos de mais corredores verdes e galeria ripícola, para aumentar a biodiversidade e para o aparecimento de espécies como a lontra, que não era avistada desde 2016”.