A Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Minho é a única tuna feminina de Guimarães.
A Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Minho, Tun’Obebes, foi fundada em 1992, na cidade berço. Desde a sua fundação que a cor tijolo ganhou um novo significado para as integrantes, que se reúnem para ensaiar no Edifício da Associação Académica da Universidade do Minho em Guimarães. Em entrevista ao ComUM, a magister da tuna, Maria João Lourenço, conta a sua experiência enquanto membro do grupo e as principais características da Tun’Obebes.
Maria João Lourenço começa por destacar aquela que entende ser a melhor qualidade da tuna, a amizade. “Acima de tudo somos um grupo de amigas que se divertem muito juntas e que aproveitam cada momento das atuações e isso acaba por se notar muito em palco”. Acrescenta ainda que na tuna, criada há mais de 30 anos, o grande objetivo é “aliar a vontade de fazer música à família que nós escolhemos”, tornando este um dos seus grandes valores, e levando-o em todas as atuações.
As integrantes veem a Tun’Obebes como uma casa. “Cria-se uma família para toda a gente que entra e vê em Guimarães e em nós uma segunda casa, um sítio onde pode ser ela própria e ter amigas para a vida toda”. Maria João Lourenço conta que encontrou uma segunda casa e que a adaptação ao meio universitário e à cidade tornaram-se mais fáceis. “Não foi o que me fez ir para Guimarães mas foi o que me fez ficar. Mesmo que o dia tivesse sido horrível, eu chegava aos ensaios e parecia que tudo fazia sentido, estar em Guimarães teve outro motivo para além de estudar”.
Sobre os ensaios, a tunante caracteriza o seu ambiente como tendo uma certa seriedade necessária para a ordem, devido à ambição de darem o seu melhor, mas também sempre com momentos de “galhofa”. Entende que os momentos de descontração também são importantes uma vez que os ensaios são ao fim do dia e é natural as integrantes da tuna estarem cansadas.
A magister conta que a maior dificuldade que o grupo cultural enfrenta é a falta de apoio. “Acho que as tunas não são valorizadas o suficiente, somos nós que levamos o nome da universidade a todo o país”, e completa que os grupos culturais não têm o reconhecimento devido. Menciona ainda o facto de haver “poucas meninas em Guimarães comparado a Braga”, como uma dificuldade.
É no campus de Gualtar que estão sediados quase todos os grupos culturais da academia minhota. “Em Gualtar há muito mais tunas então acabam por ter um ambiente mais de convívio entre elas”. Em Guimarães, são apenas duas tunas, ” mas entre nós e a Afonsina há sempre um ambiente positivo. Com aquilo que temos tentamo-nos divertir e fazemos festas em Guimarães e o pessoal aparece e convive”.
Quando questionada sobre os projetos da Tun’Obebes em mente ou já em execução, Maria João Lourenço aponta as preparações de mais um ‘Serenatas ao Berço’, como o grande foco de momento, “vai ser o décimo quinto, por isso é uma data importante”. “Temos também outro projeto em mente que para já não posso adiantar nada, mas em breve teremos novidades”.
A magister entende que os grupos culturais têm um papel muito importante na vida académica. “Eu acho que o pessoal deve arriscar, experimentar, porque os grupos culturais acabam por ter um papel muito importante na integração de novos estudantes. Acabam por ser algo para fazer além de estudar, um sítio para desanuviar, e é importante termos alguma coisa para nos distrair.”
Maria João Lourenço entende que também as soft skills, “que vão ser importantes no mercado de trabalho e na nossa vida em geral”, vão ser trabalhadas num grupo cultural. Aprendemos a trabalhar em equipa, a lidar com pessoas diferentes de nós e a gerir o nosso tempo.” Sendo assim, incentiva todos os estudantes e futuros estudantes a aventurarem-se e a darem uma hipótese aos grupos culturais, garante que “vai ser muito bom”.