Pioneses, Peões e Afonsinos formam a Afonsina, a tuna de Engenharia da Universidade do Minho.

Oriunda da cidade berço, a Afonsina é uma das tunas da Universidade do Minho, sendo a única masculina do Campus de Azurém. Conhecida pelas “bebedeiras, serenatas e folias”, como gosta de cantar no seu hino, a tuna não deixa nenhum estudante indiferente à sua boa disposição e alegria. Em entrevista ao ComUM, Igor Fernandes, tesoureiro da Afonsina, dá-nos a conhecer um pouco mais sobre este grupo cultural.

O inicio da história deste grupo remonta ao ano de 1994 quando, segundo o tuno, um grupo de estudantes, moradores da Residência dos Combatentes, se conheceram e iniciaram uma grande amizade. Fruto desta amizade, iniciou-se um desejo de criar uma tuna, sediá-la e construí-la na cidade de Guimarães, levando pelo mundo fora a sua paixão pela cidade berço.

Assim, depois de diversas reuniões na residência e no Café Óscar, esta ideia ganhou vida, nascendo assim a Afonsina – Tuna de Engenharia da Universidade do Minho. Aquando da formação, a TUM, Tuna Universitária do Minho, “foi a tuna que os apadrinhou da primeira vez que os fundadores trajaram como Afonsinos”, afirma Igor Fernandes.

Agora, 29 anos mais tarde, este grupo já possui uma maior dimensão, recaindo uma grande responsabilidade sobre os membros da sua direção cujo trabalho é garantir que não existam falhas. Segundo Igor Fernandes, na altura da organização do festival, o Cidade Berço, o objetivo passa por proporcionar o melhor festival de sempre, no qual não há espaço para falhas. O Cidade Berço “tem de cumprir o nível a que tem habituado as tunas convidadas e o público que o assiste”, sublinha.

No caso dos festivais fora, as prioridades diferem, havendo um maior peso em garantir que os seus membros têm as melhores condições para poderem desfrutar dos mesmos. Desta forma, conclui que “no fundo, é sempre isto, é fazer o nosso melhor para ajudar a que a tuna possa ser o melhor possível”.

Numa história tão vasta, o tuno, conhecido por Bucesso, mostrou uma clara dificuldade em identificar a maior conquista do grupo já que “são sempre pequenas conquistas que vamos fazendo passo a passo”. Ainda assim, falou de alguns dos momentos mais marcantes: o lançamento do seu CD “O Primeiro”, há cerca de seis anos; o reconhecimento dos estudantes da Universidade do Minho; e estarem a passos de transformar o seu festival numa marca, o festival da Afonsina.

Acima de tudo, destaca o facto de sempre que a tuna se desloca, serem conhecidos pelo seu trabalho e por aquilo que fazem em palco. Desta forma, o estudante reforça “são pequenas conquistas que juntas fazem as grandes coisas que temos tido”.

A qualquer momento da sua caminhada na academia, o estudante minhoto depara-se com o Hino da Afonsina. Com um ritmo cativante e uma letra relativamente simples, poucos são os que não leiam de forma ritmada “É a Afonsina, Tuna de Engenharia”. Sendo estes um dos aspetos pelos quais são bastante reconhecidos, o ComUM procurou saber um pouco mais da história deste hino.

“O hino da Afonsina não é bem da Afonsina”, começou por dizer o tesoureiro da Afonsina. A história por trás do mesmo deve-se a uma grande amizade com a Luz&Tuna que, por sua vez, gerou uma irmandade. Assim, a Tuna da Universidade Lusíada de Lisboa, acabou por oferecer o seu hino à sua tuna irmã, adaptando-o. No entanto, o hino acabou por ter mais sucesso com a tuna da academia minhota que o tem cantado “com toda a alegria e pujança”.

Quanto às atuações, o Afonsino não conseguiu esconder a sua felicidade e partilhou que “o sentimento é sempre de alegria e satisfação ao percebermos que as pessoas gostam e que aderem à nossa atuação, cantando connosco”. O sentimento de estar no palco e sentir o público a cantar consigo, foi difícil de descrever, apelidando-o assim de “incrível”.

O grupo vive agora momentos felizes, mas nem sempre foi assim e a pandemia foi algo que os afetou. A quarentena foi declarada em março e “tínhamos acabado de realizar o nosso festival, aliás o nosso festival estava a decorrer quando a universidade fechou”. Assim sendo, logo na semana seguinte tiveram de começar a adaptação a este novo estilo de vida, deixando de ter ensaios, período que durou, consoante Igor, até aproximadamente novembro.

Em novembro, “começamos a tentar fazer ensaios com o máximo de 15 pessoas alegado aos espaços que tínhamos disponíveis”. Quando havia necessidade de fazer ensaios com mais gente, a universidade era a principal ajuda, fornecendo o auditório 9 para que estes pudessem ter mais pessoas.

No ano seguinte, aos poucos foram “tentando regressar à normalidade, com restrições e limites”. Em março, mês em que se realiza o Cidade Berço, tiveram alguns problemas com algumas restrições, tendo o seu festival sido ainda afetado pela pandemia. A partir daí “já ninguém equacionava o Covid, já não se usavam as máscaras, já não se usava nada”.

Agora, em tempos considerados normais, o funcionamento da tuna voltou ao normal. O grupo possui uma direção, que trata de tudo o que diga mais respeito à logística e execução da tuna; e um departamento artístico, “que é dirigido pelo nosso ensaiador”, que é um elemento da Afonsina.

O dia-a-dia na tuna, ou seja, os ensaios, cuja duração é de aproximadamente duas horas, servem para “revermos as músicas de festival, se estivermos perto dos festivais; revemos as atuações e vemos na atuação das músicas, aquilo que corre bem, aquilo que corre mal”. Além disso, têm pessoas responsáveis por ensaiar os estandartes e as pandeiretas, garantindo que tudo está na melhor condição possível para irem a palco nos festivais.

Os novos elementos, não precisam de qualquer tipo de audição para entrar para a tuna, aceitando qualquer estudante masculino da Universidade do Minho. A partir daí “as pessoas podem optar por aprender qualquer tipo de instrumento”, havendo ainda a possibilidade de aprender a fazer a coreografia com pandeiretas ou com estandarte. Assim, “uma pessoa uma vez chegada à Afonsina tem a possibilidade de experimentar as vagas que quiser ou se já estiver a ir diretamente para uma e focar-se naquela que gostar mais”.

Igor Fernandes aconselha a qualquer estudante que se identifique com a Afonsina para às terças e quintas, pelas 21h30, irem à sala do BA de Guimarães e experimentarem um ensaio. Para os restantes, fica o convite para assistirem às futuras atuações do grupo na Receção ao Caloiro e no Enterro da Gata.